segunda-feira, 17 de março de 2014

Viva a bagunça brasileira!




A sociedade que condena os justiceiros e passa a mão na cabeça dos marginais, menores de idade ou não, é a mesma que exalta o tal do “Lepo Lepo”. O índice da mediocridade nacional é alarmante. E viva a “cultura” do povo brasileiro?
Vivemos numa sociedade permissiva e hipócrita onde a brilhante, verdadeira e corajosa Rachel Sheherazade foi massacrada e jurada de morte inclusive tendo que ser escoltada pela Polícia Militar na entrada do SBT por falar sua opinião, quer dizer, por ter liberdade de expressão. Como se não bastasse à oposição do motim popular, ou do movimento pró-impunidade, a moça de temperamento forte e opinião própria foi denunciada pela deputada Jandira Feghali por fazer apologia ao crime (tortura e linchamento). Ora, quem realmente faz apologia ao crime é o Supremo Tribunal Federal, me refiro, é claro, aos ministros Dias Toffoli, Marco Aurélio de Mello, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Roberto Barroso e Teori Zavascki que absolveram o ex-deputado João Paulo Cunha do crime de lavagem de dinheiro reduzindo sua pena de 9 anos e 4 meses em regime fechado para 6 anos e 4 meses em semiaberto. E mais uma vez a “justissa” mostra que, no Brasil, o crime compensa.
Direitos humanos, justiceiros, policial que faz seu trabalho e ainda tem que responder processo por matar bandido. Acredito e defendo a máxima do bandido bom é bandido morto. Ficamos reféns do carro blindado, de condomínio fechado ou de casa com um eficiente sistema de segurança. O estado é omisso, a justiça é falha e quem paga a conta somos nós. Na verdade uma conta dupla, a do Imposto de Renda e a taxa da segurança privada.  O cara te rouba, mata qualquer um e a família do criminoso ainda tem o direito de receber benefícios pagos por nós contribuintes. Quer dizer, pagamos para manter a criminalidade no popular bem-bom. E olha que o ex-presidente, general Geisel, disse certa vez que a democracia é relativa.
Estamos prestes a “comemorar” os 50 anos do Golpe de Estado dado pelos militares que por 21 anos tirou a liberdade e manchou a dignidade do Brasil. Não vou me estender neste assunto, mas gostaria de trazer isso para perguntar qual é a moral dos black blocs que vandalizam sem punição e que dizem ter um lema (que desconheço), enquanto os verdadeiros heróis da revolução brasileira foram torturados e mortos pela simples liberdade.
E o “Estadão” publicou uma matéria no início da semana, nos informando que o ministro da Pesca e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, pastor Marcelo Crivella (PRB), foi ressarcido pelo Senado em R$ 23 mil para cobrir gastos odontológicos. Coroas de cerâmica e pinos de ouro. Vale ressaltar que os implantes não foram pagos com o dízimo e sim com o nosso dinheiro, o dinheiro dos “contribuintes”. Entre 2008 e 2012, o Senado gastou com planos de saúde mais R$ 6 milhões por ano com dentes e outros tratamentos médicos, inclusive aplicações de Botox. Enquanto isso, a maioria da população não tem acesso ao atendimento básico de saúde. Nem os médicos cubanos dão conta. Mandem os senadores, deputados e afins procurarem o SUS. E parafraseando a revista francesa “So Foot”, Vive le bordel brésilien!.

A matéria do “Estadão”  com os nomes dos senadores que pediram reembolso você lê aqui.

Foto: Reprodução/Internet