Condenado, em 2005, a 13 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro e um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, o ex-banqueiro Salvatore Cacciola recebeu do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro o direito ao regime semiaberto. O que é isso companheiro??? Bom, o senhor banqueiro poderá “trabalhar” e visitar sua família durante o dia. Sempre digo que preso é preso, quer dizer, se foi condenado há 50 anos deve cumprir os 50 anos esteja na flor da idade, na terceira idade, vivo ou morto. Mas nós já sabemos que ser preso no Brasil é ser privilegiado. Come-se, dorme-se, toma-se banho de sol e tudo fica na mesma. E tudo isso sem pagar um mísero centavo. Eles não pagam, mas nós pagadores de impostos...
Sempre às vésperas de Dias das Mães, dos Pais, das Crianças, Páscoa e Natal, vemos a mesma coisa nos noticiários: os temíveis e injustos indultos. Eles saem e nós ficamos reféns do medo, da injustiça, da “recaída”. Sabemos que bandido é bandido e sempre que tiver uma oportunidade apronta novamente. Quantos indultados cometeram crimes horas após receber o benefício? Quantos simplesmente não retornaram na segunda-feira?
Voltando ao Salvatore – gostaria de estar escrevendo sobre o Ferragamo. O banqueiro usará uma tornozeleira eletrônica que permite o seu rastreamento. Vai dar chabu!!!
No último indulto de Natal mais de 20 mil presos foram beneficiados no Estado de São Paulo, 1.681 “ainda” não retornaram. Dos 4.435 presos que usavam a tornozeleira, 226 não voltaram para a devida casa... A de detenção. Funcionou, um pouco. No ano anterior o número foi 1.985. A tornozeleira ainda não era usada. Posso estar sendo precipitado ou realista, mas uma tornozeleira será capaz de segurar o Cacciola? O banqueiro foi preso preventivamente em 2000, recebeu um habeas corpus e fugiu para Itália. Oito anos depois foi para Mônaco, foi preso e extraditado para o Brasil.
A juíza responsável pela decisão à favor do banqueiro, Roberta Souza, justifica a decisão: “Regime semiaberto sem benefícios é análogo ao regime fechado, e tais benefícios não são concedidos automaticamente a quem ingressa no regime de semi-liberdade”. No ano passado o Ministério Público já alertou sobre a possibilidade de uma fuga internacional e a “justiça” tende a errar ou correr este risco. Alô MP, vamos agir!!!
Logo que foi para Bangu, Cacciola almoçava lagosta e salmão. Comida especial só é permitida em dias de visita... Quer maior benefício que este? Poxa eu pago R$ 150 pela lagosta no Terraço Itália!
Na última semana, um “ladrãozinho” de 14 anos foi preso – preso não, apreendido – pela 16ª vez por roubar carros. O que aconteceu ou vai acontecer? Nada! Eu sou “de menor”! Isto é mais uma prova de que não se faz Justiça no Brasil. Não sou a favor de comparações, mas isto é inevitável. Nos Estados Unidos, um garoto de 13 anos pode ser condenado à prisão perpétua por ter matado sua madrasta. Roubo, furto e homicídio são crimes diferentes... Mas são crimes e devem ser punidos. Instituto da Criança e do Adolescente... Uma maneira de proteger delinquentes juvenis e criar futuros assassinos. Já está mais do que na hora de rever o código e a maioridade penal. Justiça brasileira, um passo adiante e dois regressos.
Foto: Reprodução / Internet
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