segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Viva la vida!!!


Nem Shakira, Ivete, Stevie Wonder, Metallica, Red Hot Chili Peppers, Katy Perry ou Rihanna… O Rock in Rio foi do Coldplay, seja pelo carisma da banda, pelos sucessos apresentados no Palco Mundo, pelo coro de 100 mil pessoas (sic), pela homenagem à Amy Winehouse ao som de “Rehab”. O show apresentado na madrugada do domingo foi digno do encerramento de um festival... Com direito à exibição da bandeira do Brasil, queima de fogos e reverência ao público para fechar com chave de ouro um festival tão criticado por apresentar a diversidade musical. Viva la vida! Viva a diversidade!
Infelizmente a democracia, a inclusão digital e a hipocrisia andam juntas com a mediocridade. Ivete Sangalo mostrou que o axé foi bem vindo. As pessoas têm o conhecimento do line-up e, portanto, podem escolher quem vai ouvir. Antes de qualquer coisa o Rock in Rio é um festival de música, o rock faz parte da marca. Até porque, atualmente, as bandas roqueiras – sejam as de ontem ou as de hoje – andam bem caidinhas.
Katy Perry, Shakira, Coldplay e Stevie Wonder prestaram sua homenagem à música brasileira. Os três primeiros executando Sérgio Mendes em “Magalenha”, “País Tropical” e “Mais Que Nada”. Um compositor e músico brasileiro totalmente, quase, desconhecido pelas novas gerações, da qual pertenço, com desgosto. Stevie Wonder fez um feito – olha minha redundância – acho eu, inédito e histórico, ao cantar “Girl from Ipanema” e ser acompanhado por milhares de vozes entoando a versão genuína, “Garota de Ipanema”, seguida por “Você Abusou”, de Antonio Carlos e Jocafi. Nunca antes na história da música popular brasileira estas canções saíram das bocas de milhares de pessoas!
Sobre os shows dos Paralamas e Titãs, Elton John, Tulipa Ruiz e Nação Zumbi, Milton Nascimento e Esperanza Spalding, Capital Inicial, Snow Patrol, Red Hot Chili Peppers, Legião Urbana e Orquestra Sinfônica, Joss Stone, Janelle Monáe, Baile do Simonal, Jamiroquai, Stevie Wonder, Jota Quest, Ivete Sangalo, Lenny Kravitz, Shakira, Tiê e Jorge Drexler, Zeca Baleiro e Concha Buika, Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes, Frejat, Skank, Maná e Maroon 5 só posso dizer: SENSACIONAIS!!!
Um dos pontos negativos relacionados ao evento, não à organização, mas ao público, foi à falta de respeito com o artista. Em alguns shows, enquanto determinado nome se apresentava, o público gritava o nome do próximo a cantar. Coisa que fez com que o Sir Elton John, no primeiro dia, retirasse de sua setlist um de seus maiores sucessos, “Your Song”. Naquele momento o povo pedia por Rihanna... Ela atendeu ao clamor dos jovens brasileiros... Duas horas depois! Quando subiu ao palco foi, rapidamente, vaiada pelas mesmas vozes que gritavam seu nome. Situação contornada pela avalanche de hits, atitude digna da expertise brasileira. Outro ponto negativo foi o susto dado por Axl Rose, que deveria chegar durante a madrugada do domingo, mas só chegou à tarde. Para quem não sabe, o vocalista do Guns N’ Roses, que fechou o Rock in Rio IV, deveria ter embarcado na tarde de sábado, mas não apareceu. A produção do festival teve que fretar um voo para trazer o roqueiro ao Brasil. Puta falta de profissionalismo! Mas falando em Axl, tudo é possível em seu pensamento! O show do lendário roqueiro começou com quase 1 hora e meia de atraso fechando o Rock in Rio IV com uma chuva de sucessos e outra no sentido real da palavra.
Visitando um site, cujo nome não me lembro, li o depoimento de uma jovem dizendo que este Rock in Rio foi melhor que o primeiro, em 1985. Não era nascido, mas duvido já que tínhamos Queen, Baby do Brasil, Scorpions, Nina Hagen, Ney Matogrosso, Rita Lee, Erasmo Carlos, Whitesnake, James Taylor, Kid Abelha e Ivan Lins, só para citar alguns e comprovar a diversidade desde os primórdios do festival. No Rock in Rio II, em 1991, tinha só dois anos... E obviamente não me lembro de absolutamente nada. Na edição de 2001 recordo de dois momentos memoráveis: a desinibição de Cássia Eller e a chuva de copos d´água contra Carlinhos Brown. Sendo assim estou, parcialmente, de acordo com a depoente em questão.
Viva Rita Lee, Lulu Santos, Kid Abelha, Eric Clapton, Rod Stewart, Tears for Fears, Moby, Erasure, Kings of Leon, The Cranberries, James Taylor, Radiohead, Sting, Whitesnake, George Benson, Scorpions, Men at Work e R.E.M… Nomes que sugiro para o line-up da edição de 2013.

P.S.: Eu sei que as três últimas bandas citadas acabaram, mas seria interessante uma única reunião para o Rock in Rio.

Foto: Marcelo Sayão

Nenhum comentário: