domingo, 18 de março de 2012

CRÍTICA de CINEMA

Protegendo o Inimigo


E é assim, sem tempo a perder, que somos lançados no meio da ação. Sem qualquer tipo de introdução, somos forçados a segurar a respiração, apertar o cinto e curtir a viagem. E que viagem.
Dirigido por Daniel Espinosa, “Protegendo o Inimigo” (Safe House), se passa na cidade de Cape Town, África do Sul, durante a busca da CIA para capturar um ex-agente traidor, Tobin Frost (Denzel Washington).
Ao pegarem o sujeito, o levam para uma “casa de segurança” para ser interrogado. Porém, durante o interrogatório, o local é invadido por alguns mercenários a procura de Frost. Só que, seguindo a cartilha do melhor manual de filmes do gênero, ele consegue fugir de todos, ou melhor, quase todos. Matt Weston (Ryan Reynolds), um agente novato que acaba de sair, literalmente, de trás de uma mesa para o campo de ação, enquadra o fugitivo e começa sua aventura para levá-lo para um outro esconderijo de segurança máxima. Numa direção frenética e uma montagem de dá nos nervos, Espinosa consegue nos entreter com elaboradas cenas de perseguição, seja de carro – que são simplesmente sensacionais - ou até mesmo a pé, deixando nossa atenção voltada 100% para a tela. Falar com a pessoa ao lado, nem pensar. Não dá tempo. E, no meio dessa excitação toda, podemos destacar Denzel. Um grande ator. Contudo, numa demonstração que sua aptidão para papéis onde seu esforço interpretativo é pouco mais do que um sorriso sarcástico, ele consegue fazer com que sua presença física seja o suficiente para denotar todo o subtexto em que seu personagem se encontra. Ou seja, lhufas. Reynolds, esse até se esforça, se sai bem, mas nada que seja motivo de desgastar as teclas do teclado.
Assim, sugiro deixar o lado racional do cérebro descansar um pouquinho em casa e ir se divertir como se fosse uma pequena criança em um parque de diversões.

(Rod Carvalho)


Projeto X


Imagine uma festa adolescente, onde três amigos nada populares querem elaborar uma festa para ficar marcada na história. É assim que Costa (Oliver Cooper) idealiza a festa de aniversário de Thomas (Thomas Mann). Com a ajuda de JB (Jonathan Daniel Brown), eles prometem uma noite inesquecível em suas vidas.
Projeto X: Uma Festa Fora de Controle é o típico filme teen americano, bem comparável a “American Pie” e “Despedida de Solteiro”, ou até, por que não, “Se Beber, Não Case”, já que foi produzido por Todd Phillips, responsável por este sucesso que já rendeu dois filmes e promete outros mais.
A filmagem é no estilo “Bruxa de Blair”, onde um quarto garoto, todo esquisitão, fica apenas registrando os momentos da galera. De início você já imagina que perdeu seu tempo vendo aquilo, porque a filmagem chateia um pouco, mas depois a festa vai tomando proporções que te deixam indignado e querendo saber o que vem pela frente.
O besteirol aqui é total, tipo mulheres quase nuas se exibindo, homens vomitando de tanto encher a cara, baderna generalizada, sexo do tipo “liberou geral”, então, se optar por assisti-lo, não cobre muito do resultado final. O filme em si não é ruim, mas também não sai da linha “vi e me diverti”. Ele é bem isso mesmo, um filme para diversão, em dias que você sai com a cabeça quente do trabalho e quer relaxar a esvaziando com algo descomprometido.
Logo de cara já há a solicitação de desculpas pelo o que fizeram em Pasadena, uma tranquila cidade americana que se transformou devido a uma noite de festa. Se a ideia era deixar você sair do cinema e querer vivenciar uma festa daquelas proporções, eles conseguiram.

(Silvia Freitas)


Guerra é Guerra!


Dois amigos inseparáveis e companheiros de trabalho se veem apaixonados pela mesma mulher. Um acordo é quebrado com a rivalidade e disputa pela amada. Esta poderia ser mais uma comédia romântica 'água com açúcar', se não fosse pelos perfis dos personagens: dois agentes secretos. A disputa pela mesma mulher toma rumos extremos. Esta é a ação principal do longa Guerra é Guerra, a nova produção do diretor McG (As Panteras), dos roteiristas Simon Kinberg (Sherlock Holmes) e Timonthy Dowling (Esposa de Mentirinha) e com Reese Witherspoon (Água para Elefantes), Tom Hardy (A Origem) e Chris Pine (Incontrolável) no elenco.
Iniciado com uma sequência de ação com elevado teor de humor,que já antecipa o clima da história. A dualidade entre os amigos, suas artimanhas para conquistar a moça e suas diferenças comportamentais tornam a ação mais cômica e envolvente. Hardy é Tuck, um pai divorciado em busca de uma companheira; já Pine é FDR, um conquistador que não se vê compartilhando uma vida a dois. No meio deles, Lauren (Reese), uma solteirona em busca de romance. E fora disto tudo, Trish (Chelsea Handler) a amiga de Lauren, que lhe dá conselhos irreverentes. O humor da comediante Chelsea ajuda na configuração da personagem.
Já a química de entre o trio é auxiliado pelo roteiro, que lembra comédias de ação românticas - como Sr. e Sra. Smith e Encontro Explosivo -, mas evoluídas a um outro patamar. This Means War (no original) indica uma evolução neste sub gênero, e consegue compor um filme divertido com elementos de humor, romance e ação. Mesmo tendo o foco no duelo entre os amigos, a ação toma espaço. Assim como as lutas protagonizadas por Tom Hardy, que por sua vez, mostra sua versatilidade em uma comédia. Já Witherspoon se repete em uma personagem comum em sua filmografia.
Piadas ágeis em um roteiro leve e divertido tornam Guerra é Guerra uma comédia romântica interessante para os fãs do gênero. Um longa com roteiro redondinho, onde há sua previsibilidade, mas que entretém seu público.

(Thais Nepomuceno)


Shame



O que fazer para se curar de um vício que está deteriorando gradativamente a sua vida? O novo trabalho do diretor inglês Steve McQueen (“Hunger”) nos conta o drama de um homem e sua compulsão. A ótima trilha sonora assinada por Harry Escott (que fez também a trilha de “Meninama.com”) ajuda a narrar esse que é um dos grandes filmes desse primeiro semestre.
Na trama, um compulsivo sexual ao extremo (com uma promissora carreira profissional) vive dias de desespero após a chegada de sua irmã ao apartamento onde mora. Seus dias eram preenchidos com visitas a sites pornográficos, coleção de revistas com tema adulto, masturbações nas pausas do trabalho (no banheiro da empresa) e vários encontros com desconhecidas, sempre terminando em sexo ou ações desse tipo. Quando sua irmã entra na história, sua rotina é abruptamente afetada e isso gera um descontrole intenso.
Na apresentação do personagem principal já temos uma idéia do vício que ele possui, com cenas muito verdadeiras (nua e crua em alguns momentos), vamos conhecendo melhor o protagonista.
Impressiona a atuação de Michael Fassbender, passa muita tristeza nos olhos por conta desse vício que sofre. Seu personagem Brandon Sullivan é um ninfomaníaco bastante consumido por seus impulsos. O ator alemão comove e se entrega em cenas bem complexas. Infelizmente foi esquecido pela Academia (Oscar) nesse ano, merecia uma vaguinha entre os melhores atores do ano.
Carey Mulligan está fabulosa no papel de Sissy Sullivan, tem um carisma único e contagia o espectador. Quando aparece cantando um clássico do Sinatra e com uma roupa bem ao estilo Marylin Monroe, vira um dos melhores momentos da história, simplesmente espetacular. A jovem artista inglesa de 26 anos teve no ano de 2011 seu melhor ano, com duas ótimas atuações, uma nesse filme e outra em “Drive”.
Os irmãos possuem ao longo da trama diálogos intensos (às vezes violento). Um tenta ajudar o outro mas as barreiras colocadas por cada um deles são muito difíceis de serem superadas. Há muito carinho nessa relação, muitas cenas mostram isso, porém, por conta da tentativa de ajuda de ambos os lados não serem feitas com êxito a eminência de uma tragédia para uma das partes se torna concreto.
O longa tem bastante cenas muito picantes de sexo e alguns nus frontais dos artistas. Em relação a isso, não achei vulgar nem desnecessário, foi filmado do jeito que tinha que ser. O final é bem aberto, deixando o público tirar suas próprias conclusões. Não deixem de conferir esse grande trabalho! Será um dos 10 melhores filmes do ano!

(Raphael Camacho)

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