Todos são a favor da vida. Especialmente os presidenciáveis. Eu também. Sou a favor da vida sem mediocridades religiosas. Política e religião não devem andar juntas. Padres, pastores, bispos e outros tantos que se auto-intitulam “homens de Deus” usam a santa palavra para angariar votos, ou seja, transformam um momento de purificação espiritual fazendo seus templos como currais eleitorais. Até panfletos anti-Dilma foram distribuídos em celebrações eucarísticas. Numa das ocasiões, o celebrante afirmou que a distribuição dos panfletos estava sendo feita por manifestantes do PSDB como se fosse da igreja. Concordo com o padre da Basílica de Canindé (CE) que disse: “Não é assim que se faz política, não em nome da Igreja”.
A igreja proíbe, e obviamente condena, o uso de métodos contraceptivos, camisinha, pílula, alegando que o sexo é exclusivamente para a procriação. Daí as críticas ao homossexualismo. E como ficam os padres pedófilos? São “homens de Deus” protegidos pelo Vaticano!
O assunto religiosidade tem sido a pauta das campanhas de Dilma e Serra. Até o sinal da cruz atrasado da petista durante missa em Aparecida do Norte (SP) tem sido criticado e virou notícia.
Reportagem da “Folha de S. Paulo”, publicada no sábado (16), informa que duas ex-alunas de Monica Serra, esposa do tucano, disseram que ouviram a psicóloga dizer que foi submetida a um aborto quando estava exilada com marido no Chile. Pelo que sei, lá o aborto também não é permitido. E como diz o ditado popular “em casa de ferreiro, o espeto é de pau”, a mesma mulher que afirmou que Dilma “mata criancinhas” ao defender a descriminalização do aborto, o fez. A campanha tucana nega esta hipótese.
Ainda no assunto, mas mudando de gênero. Os religiosos são absolutamente contra dar fim à vida, mas o que fez a Igreja Católica durante a inquisição que chamavam de santa? Sobrou até para Galileu, que afirmava que a Terra girava em torno do sol. A época se fez política, Galileu trocou a pena de morte por prisão perpétua. Milhões de pessoas foram mortas em nome de Deus! Política e religião definitivamente não combinam. O apresentador da TV Canção Nova, Gabriel Chalita, foi eleito deputado federal por São Paulo, no primeiro turno esteve ao lado Serra e agora apoia Dilma, foi afastado da TV.
O segundo turno vem aí e a campanha está pura troca de acusações, ataques mútuos e Dilma respondendo à altura. No primeiro turno, Serra só atacava. Agora a petista, contra-ataca numa campanha realmente assertiva e a campanha peessedebista até faz paródia, a meu ver sem nexo, da campanha do PT. A “evolução” das campanhas do primeiro para o segundo turno está disponível no YouTube para 68 milhões de brasileiros.
Como o assunto principal deste artigo não é a campanha eleitoral e sim o poder excessivo das igrejas, querido leitor você acha que a igreja tem o direito de decidir o caminho político que devemos seguir? Pense bem, pois a lei do homem se difere da Lei de Deus. Não deixe ser persuadido por fulano ou beltrano que usa batina, terno, carrega uma Bíblia ou um terço. Homens, que apesar de usar a palavra de Deus, não passam de humanos e que erram e pecam. Homens que não dão poder à mulher. Nem mesmo as freiras.
A Papisa Joana chegou a comandar a Igreja Católica no século IX, mas morreu ou foi morta dois anos depois de assumir o “governo”. Alguns dizem que foi morta apedrejada quando descobriu-se que o papa João era uma mulher. Outros, que o papa morreu durante complicações de um milagre: seu parto. Para alguns, ambas as histórias são inverídicas, não passam de lendas e afirmam que a igreja jamais poderia ser enganada. Lenda ou história da humanidade o fato é que se realmente a papisa existiu, ela foi morta por ter enganado a igreja e de qualquer maneira o lema “a favor da vida” nunca existiu.
Voltando à campanha eleitoral, Serra falou das privatizações no governo Lula e criticou a maior participação do capital estrangeiro no Banco do Brasil, mas porque o governo de São Paulo vendeu a Nossa Caixa para o BB? Quem mora ou transita pelo estado de São Paulo não aguenta mais os abusivos preços do pedágio. Serra foca em Erenice, mas esquece de Paulo Preto.
Fotos: Reprodução / Internet
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