quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ACADÊMICOS DO TUCURUVI


“Oxente, o Que Seria da Gente Sem Essa Gente? São Paulo, a Capital do Nordeste!”

...quando eu cheguei por aqui
Eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas...

(Sampa, Caetano Veloso)

...quando o verde dos teus óio
Se espaiá na prantação
Eu te asseguro, num chore não, viu?
Que eu vortarei, viu, meu coração!
(Asa Branca, Luiz Gonzaga)

O poeta, quando migrou, não entendeu a deselegância discreta das meninas nem a dura poesia concreta das esquinas de São Paulo. E, na chegança, não viu o seu rosto quando encarou a cidade frente a frente. Os anônimos migrantes nordestinos que entram nos limites desta cidade minuto a minuto também sentem a diferença pela oposição que ela lhes oferece, numa dicotomia entre expectativa de desengano – principalmente para quem vem de outro sonho feliz de cidade e é obrigado a chamá-la de realidade. A feia fumaça apaga imagens prévias e ascende novas perspectivas com o girar dos ponteiros do relógio.
Esperança e desafio, até hoje trazem para a cidade grande, o valente homem do nordeste brasileiro. São atraídos e guiados pelo sonho de um eldorado, se lançam na aventura da busca de um lugar ao sol.
Um povo alegre, festeiro e trabalhador têm o sonho de ser reconhecido e homenageado no eldorado que ajudou a construir. Sonho, desilusões e realizações, estão presentes nos tijolos desta grande cidade que pelos nordestinos é chamado carinhosamente de (SÃO PAULO, CAPITAL DO NORDESTE).
Em nosso enredo, não há espaço para críticas, preconceito com ponto de vista, mas sim para agradecer ao bravo homem do nordeste, que muito contribuiu para o crescimento e desenvolvimento cultural e social da nossa querida São Paulo.
Uma visão carnavalesca: A magia da esperança e do arrojo do migrante aventureiro que supera as dificuldades para conhecer e conquistar outras terras, seu fascínio e encantamentos pela descoberta de novas paisagens, descobrir a diversidade cultural de nosso povo, sua vontade de vencer na vida, superando sua saudade da terra natal.
Uma mistura de sonho e realidade; uma São Paulo nordestina do cinza do duro concreto, as cores fortes e vibrantes, estão presentes na medicina popular, nos folguedos, danças, festas, personagens, ritmos, religiosidade e culinária do povo nordestino. Procurando manter vivas as diversas manifestações folclóricas e culturais (Mitologia, Lendas e Cancioneiro), que faz a história de um povo valente e guerreiro, hoje já integrado a sociedade. Apesar de tudo a vida é uma festa. O migrante nordestino em São Paulo, quer assumir a sua cultura e manter acesa a alegria de viver na cidade grande.
Tudo isto regado de muita alegria; aliás, uma das grandes qualidades do nordestino é que em seu rosto sempre há um espaço para expressar a sua gratidão à alegria de viver.
Mostraremos em nosso desfile no Anhembi, a reação de um grupo de migrantes nordestinos, chegando a São Paulo (Rodoviária), sua realidade (Terra seca, mas boa), sua gente, seu primeiro contato com a cidade grande e a hesitação diante das novas imagens da atração em terras de hábitos e cultura diversas (São Paulo).
A sua maior herança, o patriotismo (orgulho de ser brasileiro), o sentimento de valorização do seu país de origem, seus costumes e crenças da terra natal.
Nesta grande noite, onde a passarela é o centro das atenções, ao estilo festa popular nordestina o migrante comemora a sua integração, mantendo viva a cultura e tradição do povo nordestino tão presente no dia-a-dia da maior cidade da América do Sul. São Paulo: Capital do Nordeste.

O Forró vai levantar a poeira no Anhembi,
Haja coração,
Pra tanta emoção!!!

Wagner Santos – Carnavalesco

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