quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TOM MAIOR


“Salve, Salve São Bernardo, Pedaço do Meu Brasil – Terra Mãe dos Paulistas”

Carnaval! Tempo de folia!

A Tom Maior faz uma homenagem a São Bernardo do Campo, pedaço do meu Brasil, que tem a sua história como símbolo da nossa história.
A cidade detém este nome em honra a São Bernardo de Claraval, santo patrono da cidade situada à borda do campo.
Este povo miscigenado, ingênuo, simplório, colonizados e catequizados pelos jesuítas tem como exemplo homens, desde um fenômeno de bilheteria como o Mazzaropi, na companhia Vera Cruz, como tantos outros.
Aparecem grandes homens, bravos protetores das áreas dos mananciais, muitos intelectuais, pessoas ilustres na vida artística, jornalistas, nos esportes, berço da luta sindical, também elegem após anos de ditadura, um metalúrgico surgindo da massa popular presidente do Brasil: “Lula-lá”

Tem esta cidade em seu brasão a frase:
“Paulistarum Terra Mater.” – (Terra Mãe dos Paulistas)

Alavanca de um povo que não se rende aos obstáculos, vencendo barreiras sociais, sindicais, governamentais dando sempre o primeiro passo.

“Por isso é que no peito bate mais forte o nosso coração”.
Chico Spinosa

“Salve Salve São Bernardo,
Pedaço do meu Brasil -
Terra Mãe dos Paulistas”

1º setor: Um pouco de história...
“Na trilha dos Tupiniquins”

Um pouco de historia...
Tudo começou em nome de Deus e na união de homens fortes, determinados, colonizadores, que saindo do litoral, hoje São Vicente (Tumiaru) pelo caminho do mar (Serra do Mar).
Trilhando o caminho usado pelos Tupiniquins, atravessavam por meio das matas tétricas, caminhos de difícil acesso, com despenhadeiros medonhos que dificultavam muito a subida para o campo, o planalto, ou melhor, para a aldeia de Piratininga.
Esta terra era dos Guaianases da tribo dos Tupis onde nasceu o Cacique Tibiriçá.
Grande guerreiro, caçador de coragem assombrosa e dominador, conhecido como “VIGILANTE DA TERRA’’, era um rei que tinha como “cetro a flecha e coroa as penas coloridas”.
João Ramalho havia anos que chegara de Portugal e se unira por um grande amor à bela Bartira, filha do Tibiriçá sendo de suma importância na colonização, servindo de interprete, apaziguador entre índios e Martim Afonso de Sousa, homem de confiança do rei de Portugal D. João III enviado para explorar e reorganizar o litoral sul da província, fundando S.Vicente e no planalto as vilas de Piratininga, Santo André e São Miguel.
João Ramalho foi nomeado como capitão da Fronteira-Mor para chefiar a defesa coletiva do planalto e se localizou onde termina os campos do planalto, a borda do campo, vilarejo Santo André da Borda do Campo.
Da perpetua aliança que se juntaram os interesses entre Martim Afonso de Sousa, João Ramalho, jesuítas, mamelucos, escravos e o cacique Tibiriçá (1º cidadão de São Paulo, hoje enterrado na catedral da Sé) nasce a “Paulistarum Terra Mater” ;
TERRA MÃE DOS PAULISTAS.

Após alguns anos esta vila passa por um período de grande estagnação sendo transformada em uma sesmaria doada por seu provedor os monges beneditinos do Mosteiro de São Bento.
Terras transformadas em duas grandes fazendas, a de São Bernardo e São Caetano.
A população que ali vivia manifestou a vontade de erigir uma nova capela, que após a transferência da sede da vila da margem esquerda para a outra margem do Ribeirão dos Couros (hoje Ribeirão dos Meninos) surge a igreja matriz abençoada pelo padroeiro "São Bernardo do Claraval”, doutor da Santa Madre Igreja.
Este foi o ponto inicial dos núcleos urbanos do município de São Bernardo, pois de lá eram traçadas as primeiras ruas do município da Estrada Geral de Santos (Caminho do Mar ou do Vergueiro), local de passagem para aqueles que do Planalto se dirigiam para Santos, em especial os tropeiros e os negros escravos.


2º setor; imigração...
“Formação de um povo.”

Anos depois...
Velhas fazendas, novos caminhos! É instalado o núcleo colonial de São Bernardo nas terras que foram desapropriadas da fazenda dos Beneditinos.
É notória a predominância dos imigrantes portugueses e italianos no fim do século XIX e início do século XX, contribuindo bastante para ampliar a miscigenação.
Planta-se, colhe-se, fabrica-se, produz-se... O cultivo da terra é intensificado, assim devastam-se os campos, derrubam-se as matas, alargam-se as estradas, são corrigidas as calçadas.
Vilas e casas são construídas com a expansão da madeira. Produz se tacos móveis e também carvão. Registra-se a tendência industrial da vila, cresce a indústria têxtil e o grande pólo moveleiro produzido pelos imigrantes europeus.
Os caminhos se proliferam não só como passagem, mas como expansão do processo de urbanização, os bairros vão formando e se desdobrando.
Os espaços do povoado se transformam e assim vem a mudança da paisagem em cidade. Com a abertura da ferrovia São Paulo Railway ligando São Paulo a Santos, ocorre o abandono da Estrada Geral de Santos, inicia-se um crescimento muito grande, acelerado, com implantação de indústrias no município de Santo André e São Bernardo torna-se distrito.

3º setor: tempos de progresso...
“Natureza, água e serra do mar”

O tempo passou...
No quesito natureza esse território era formado por uma Catedral, com sua serra, flora, fauna, sendo coroados com magníficos mananciais de onde os indígenas tiravam a sua subsistência.
Novos tempos. Tempos de progresso!
A implantação do reservatório Billings, com a construção da Barragem de Pedreira, formou o maior reservatório de água para consumo da América Latina. Foi construído para o abastecimento e aproveitamento das águas da Bacia do Alto Tiete gerando energia para Baixada Santista e região da Grande São Paulo. A construção da represa beneficiou milhares com empregos (na maioria portuguesa) e abrigou mais de 500 famílias de pescadores que tiravam para seu sustento toneladas de peixe por dia.
Com a cheia da represa parte das terras não atingidas passaram a ser conhecidas como Eldorado, abraçada por uma densa vegetação.
A represa Billings oferece para os habitantes da grande São Paulo uma opção de lazer, turismo para a prática de esportes náuticos, como vela, Wind surf, Jet-ski, oferecendo campeonatos de moto- náutica, passeios de barcos e também a pesca amadora.
A Billings teve momentos de glória onde se podia nadar, pescar...
A realidade mudou, porque se esqueceram de evoluir sem destruir.
A mãe terra sabe que o crescimento é inevitável, mas temos que crescer pensando na manutenção da vida do planeta, para que as mais de 700.000 pessoas que vivem ao redor da represa não continuem gerando problemas ambientais, como o desmatamento e o esgoto doméstico, despejando monstros da poluição.
Mesmo com tantas agressões a natureza ainda resiste forte.

4º. setor: pólo cultural e Vera Cruz...
“Mazzaropi: ingênuo, simplório, campeão de bilheteria”

Desde o final do século passado a região do ABC configurou-se como a mais importante zona industrial dos arredores paulistanos.
Este processo implicou numa rápida urbanização que conduziu a uma problemática ambiental: poluição, carência de espaços verdes, impermeabilização do solo, etc.
Muitos dos problemas teriam sido evitados se não tivesse ocorrido este sangramento da mata Atlântica, quando quase toda a cobertura vegetal foi eliminada.
A natureza exerceu um papel relevante na produção dos espaços culturais da cidade por vezes favorecendo a sua ocupação, por vezes criando obstáculos e dificuldades.
Entre estas áreas verdes importantes cabe destacar: A cidade das crianças, a área verde da embalagem Matarazzo, família italiana que muito patrocinou a cultura na década de 70.
O primeiro parque temático brasileiro fortalece o turismo da região, o Parque Estoril: possui uma área verde que permite diversão, tranqüilidade, segurança e um eco turismo maravilhoso e com todas as indicações do parque disponibilizadas em braile para facilitar a inclusão social.
Em São Bernardo, também se encontra um grande diferencial turístico, no aquário doce com a maior exposição de peixes do país.

Vera Cruz!
Foi nesta companhia cinematográfica que surgiu uma
das mais importantes personalidades do cinema brasileiro: Mazzaropi, indiscutivelmente campeão de bilheteria até a década de 70 com seu universo ingênuo e simplório como a maioria dos filhos desta terra. Os brasileiros!
O sonho de uma indústria de cinema dura poucos anos e entra em declínio, mas apesar do pouco tempo de vida, a Vera Cruz formou uma geração de cineastas e profissionais de cinema que marcou época e mostrou a viabilidade do cinema brasileiro.
Hoje a Vera Cruz é tombada pelo Patrimônio Artístico e Cultural.
Toda essa influência da imigração italiana acrescentou na cultura regional um grande agregador de massa: a comida, pois recebem na rota do frango mais de 25.000 pessoas por finais de semana para saborear este famoso Frango com Polenta, incluindo este fato no turismo cultural gastronômico.

5º setor: pólo AUTOMOBILISTICO...
“ CAPITAL SOCIAL DO BRASIL “

“LULA - LÁ”

Quando em 1º de janeiro de 1945 através da Associação dos Amigos de São Bernardo consegue-se emancipação do município, acrescenta-se o designativo Campo aplicado a São Bernardo e surge o atual município de São Bernardo do Campo, tendo como 1º prefeito Wallace Cokrane Simonsen autor da letra do hino de São Bernardo em parceria com João Silvério da Silva (João Gomes) fazendo a música.
Nas décadas de 50 e 60 do século XX, São Bernardo do Campo recebe o parque automobilístico então em grande expansão.
Desta forma, a indústria automobilística, autopeças faz com que esta cidade seja designada como a “Capital do Automóvel”, um dos principais pólos industriais do país.
Fortemente ligado à implantação da indústria de automóvel, o movimento atraiu para todo ABC grande imigração de italianos japoneses, mulçumanos e com a maioria desta população a “nordestina” que se tornou o elemento principal de formação em moderna força de trabalho industrial.

Estes trabalhadores são referencias importantes no crescimento do espaço urbano, pois não ajudaram apenas no ramo das indústrias, mas também na construção civil.
A atuação dos novos habitantes começou a constituir as primeiras iniciativas em educação política que atuavam nas fábricas e na organização dos sindicatos.
São Bernardo do Campo e todo ABC começou a ser conhecido nacionalmente como o berço moderno do sindicalismo, forçando as mudanças políticas, “talvez porque a necessidade faz o homem”, começando assim tempos novos, pois estávamos em plena ditadura, década de 70 e 80.
São Bernardo se torna a “Capital Social do Brasil”.
Nesta época surge um nordestino grande líder na luta sindical, o metalúrgico Luiz Inácio da Silva, LULA, o primeiro presidente da Republica vindo das massas populares.
Com esta nova política e incentivos do governo federal a cidade volta a crescer e gerar empregos.
Salve São Bernardo!
Cidade de gente forte, que luta por seus ideais e que faz do sonho uma alavanca para o futuro.
Povo que não se detém diante das dificuldades e segue sempre em frente.
O grande diferencial de São Bernardo:
Dar o primeiro passo sempre.

“Por isso é que no peito bate mais forte o nosso coração”.

HINO OFICIAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

MUSICA: JOÃO SILVERIO DA SILVA.
LETRA: WALLACE COCKRANE SIMONSEN

Salve São Bernardo
Pedaço do meu Brasil
Retomas o teu velho posto
Impávido e varonil.
Salve São Bernardo
Do Campo e do nosso lar,
Que vê o raiar da aurora
Dos contrafortes da serra do mar
Ó povo de são Bernardo
Salve a tua liberdade
A nossa bela vila
Volta outra vez a ser Cidade

Alerta a gente nossa
Tua canção vem entoar,
Cantando a grande vitória
Que nossa terra acaba de alcançar
Custou mais veio
A justa reparação
Nosso trabalho
Não foi em vão
Custou mas veio
A justa reparação
Por isso é que no peito
Bate mais forte o nosso coração

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