quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

NENÊ DE VILA MATILDE


“Salis Sapientiae - Uma história do Mundo”

Sangue… suor… lágrimas… o que há de comum entre elas? O fato de serem compostas por Sal, como boa parte do corpo humano. O Sal, tão necessário à vida.
O sal, a substância mais simples e mais comum encontrada no planeta, já foi raro e precioso, sendo por vezes vendido a peso de ouro, literalmente. Fez riqueza de muitas civilizações antigas, atraiu para si uma enorme quantidade de mitos e simbolismos. Alguns atravessaram os séculos e sobrevivem até hoje, enriquecendo a cultura de muitos povos e religiões. Com este enredo convido toda a comunidade matildense a viajar no espaço e no tempo em busca desse preciosismo mineral, e mostrar ao mundo do samba que “quem é Vila Matilde é comunidade.”
“Canta, Nenê! Uma escola de samba de verdade!”

Delmo de Moraes – Carnavalesco

O uso do sal é quase tão antigo quanto a história da humanidade.

A mais antiga citação literária de que se tem conhecimento está na Bíblia, no livro Êxodo, do Antigo Testamento. O caráter penitencial a ele atribuído deriva da punição usada por Deus à mulher de Lot que, por sua desobediência durante a fuga de Sodoma, foi transformada em uma estátua de Sal.
Apesar de ser a substância mais abundante na natureza, o sal já foi escasso e precioso, sendo por vezes comercializado a peso de ouro, literalmente. Cassiodoro, o senador romano, concluiu que “alguns não precisam de ouro, mas qual é o homem que não precisa de sal?”
Além do caráter penitencial, lhe foram atribuídos outros significados, quase sagrados. Tornou-se sinônimo de graça, espírito, sabedoria, pureza, insolubilidade, hospitalidade. Sua importância como tempero teve início com a descoberta do fogo. O homem primitivo vivia da caça: com as peles ele improvisava suas vestes; da carne (crua) ele se alimentava. Daí obtinha as porções diárias de sal de que tanto necessitava. O fato de o cozimento dos alimentos eliminar seu sal natural e consequentemente o sabor dos alimentos fez com que o homem primitivo saísse á procura de outras formar de temperar seus alimentos. Começava, aí, a busca incessante do homem pelo sal.

Alexandre Luiz

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