sexta-feira, 15 de abril de 2011
Associação de militares tenta censurar “Amor e Revolução”
A Associação Beneficente dos Militares Inativos e Graduados da Aeronáutica (Abmigaer) lançou um abaixo-assinado (http://migre.me/4fzF9) pedindo para que a novela “Amor e Revolução”, que tem como tema central a ditadura militar no Brasil, entre 1964 e 1985, seja censurada.
O autor do abaixo-assinado, José Luiz Dalla Vecchia, diz no documento: “É óbvio que o governo federal, através da Comissão da Verdade, recém-criada, está participando do acordo em exibir a novela ‘Amor e Revolução’ no SBT. Parece-nos que se trata de um acordo firmado com o empresário Silvio Santos, visando o saneamento do ‘Banco Panamericano’ do próprio empresário. As Forças Armadas não devem permitir, dentro da legalidade, que tal novela seja exibida, pelos motivos óbvios abaixo declarados. Convém salientar que as Forças Armadas já se manifestaram negativamente a respeito da novela ‘Amor e Revolução’”.
O SBT, através de sua assessoria, informou que não vai comentar o assunto. Já o autor da novela, Tiago Santiago, disse que a tentativa de censura é inconstitucional e que interessa aos torturadores e assassino do regime militar.
Eu, Pedro Colombo, sou filho de um oficial das Forças Armadas e, absolutamente, concordo com Tiago Santiago. O mais incrível é que o autor do abaixo-assinado afirma que seu manifesto, “um instrumento democrático”, tem como objetivo fazer cumprir a Lei da Anistia. A lei n° 6.683, ou Lei da Anistia, não estabelece qualquer tipo de censura de informações sobre os Anos de Chumbo. Pelo contrário, a lei absolve todos os que cometeram crimes políticos e eleitorais entre setembro de 1961 e 1979, inclusive os torturadores e assassinos desta triste época que manchou a história do país.
Vivemos no Século XXI, onde a liberdade de expressão é o nosso maior direito. “Amor e Revolução” tem sim seu lado fictício, mas retrata parte da história do Brasil.
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