segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Só quem passou por alguma experiência espiritual tem o direito de falar


Mais uma vez a inclusão digital me obriga a escrever este Ponto de Vista. Na última sexta-feira, o tema do “Globo Repórter” foi a Experiência de Quase Morte. Um assunto polêmico tido, por muitos, como charlatanismo ou insanidade mental. O programa e o tema foram parar nos Trending Topics do Twitter.
Geralmente, os assuntos que tratam de alguma experiência espiritual provocam dúvidas nas pessoas leigas ou “normais”. Não sou espírita, e por isso, não tenho conhecimentos filosóficos ou teóricos que comprovam sua veracidade, mas posso afirmar que tal fenômeno, o espiritual, não necessariamente a EQM, é real. Afirmo e reafirmo com conhecimento de causa. No final do artigo, conto o que passei. Sendo assim, só quem passou por alguma experiência espiritual pode, e tem o direito, de falar.
Antes de qualquer coisa tentarei explicar, para aqueles que não assistiram ao “Globo Repórter” ou quem nunca ouviu falar, o que é a Experiência de Quase Morte.
Em 1975, o Dr. Raymond Moody, psicólogo e parapsicólogo, publicou o livro “Vida Depois da Vida: A Investigação do Fenómeno de Sobrevivência à Morte Corporal”, onde descreve um estudo feito com 150 pessoas que, clinicamente, foram dadas como mortas, mas voltaram à vida relatando o sentimento de paz espiritual, a autoscopia – a experiência de deixar o corpo físico –, a passagem por um túnel, o encontro com entes queridos já falecidos, o apoio de seres espirituais e a vida passando como se fosse um filme.
Do lado cético, a EQM é vista como uma reposta secundária à hipóxia cerebral, isso quer dizer, devido à diminuição do oxigênio no cérebro os pacientes passam a ter a consciência sob uma nova perspectiva e ver a vida passando diante da “morte”, como se fosse um filme, nada mais é do que lembranças bombardeadas pelo cérebro.
Realidade ou imaginação, o fato é que quando alguns pacientes se recuperam passam a ter mudanças no comportamento e em seus pontos de vista. Antes, os que tinham medo da morte, a consideram algo natural. Outros passaram a valorizar mais a vida, reavaliaram suas prioridades e seus valores.
Voltando a minha experiência. Antes de qualquer coisa, digo que não sou um fundamentalista religioso, sou católico de formação, mas hoje não mais praticante... Graças a Deus. Estudei em colégio católico e me formei em colégio adventista. Minha mãe é espírita, com direito a psicografias, e também não praticante. Meu pai, que antes era católico e sempre criticou minha mãe por acreditar no espiritismo, hoje é um grande defensor desta filosofia. Para quem me critica por não seguir nenhuma religião, digo que a religião traz o mal, causa guerras, enriquecimento, fanatismo e hipocrisia. Mas este não é um assunto sobre religião, e sim, experiência espiritual. No caso, a primeira ajuda espiritual, mas a segunda experiência.
Em 2008, num domingo de fevereiro, fui acometido por insuportáveis dores abdominais que me fizeram procurar um gastroenterologista de confiança, fiz vários exames e o resultado me surpreendeu... Absolutamente nada foi detectado, inclusive o médico disse que, com base nos resultados dos exames, viveria por no mínimo mais 100 anos. Preocupado com aqueles exames, pois a dor continuava e era controlada com medicação, procurei por outro grande profissional da saúde, refiz aqueles exames e fiz novos, mas o resultado continuou igual ao anterior.
Por coincidência do destino, na semana seguinte, tomei conhecimento da existência do Lar de Frei Luiz, através de um conhecido praticante do espiritismo, o ator Carlos Vereza. Seguindo as determinações daquela instituição de caridade, realizei um tratamento espiritual, na minha própria casa. Nos minutos iniciais daquela sessão, senti um perfume diferente, tive a sensação de que alguém estava passando as mãos sobre o meu corpo sobre o lençol branco, mas sem tocar no meu corpo. De repente, duas horas depois, me levantei como se estivesse saído de uma mesa de cirurgia e meio grogue sob o efeito de alguma anestesia. Aquela dor, que enraizava como se estivesse levado um chute nas partes baixas, nunca mais voltou.
Tive certeza da minha primeira experiência espiritual dois dias depois daquela tranquila noite no final de julho de 2006. O que parecia um simples sonho, na realidade era meu períspirito em uma visita a um hospital do interior. Estava em Penedo, no Rio de Janeiro, quando meu pai me telefonou informando que o meu avô estava no hospital. Na tarde de uma segunda-feira fui visitá-lo e percebi que duas noites antes eu andava por aqueles corredores. Uma semana depois, meu avô, que estava bem, havia dito que um de seus filhos, morto há mais de 20 anos, estava ali. Horas mais tarde, recebemos a triste notícia!
E são por estes motivos que, volto a repetir, só quem passou por uma experiência espiritual pode se dar ao direito de comentar.

PS.: Se você não assistiu ao último “Globo Repórter”, acesse aqui.

Foto: Reprodução/Internet

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