Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco. Numa manhã, ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira. Os amigos disseram ao velho: “Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!”
E o velho respondeu: “Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. O resto é julgamento de vocês”. As pessoas riram do velho.
Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele tinha fugido para a floresta. Na volta, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele. As pessoas se reuniram de novo e disseram: “Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção”.
E o velho disse: “Vocês estão se precipitando de novo. Quem pode dizer se é uma benção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta...”
O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar: “E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas”.
E o velho disse: “Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção...”
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho. E os que foram para a guerra, morreram...
Quem é obcecado por julgar cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação. E isso leva a conclusões precipitadas. Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa. Quando uma porta se fecha, outra se abre... Às vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a benção que ela nos traz...
PS: Não consegui identificar o autor deste texto, caso você o conheça, favor postar um comentário para que eu possa creditá-lo
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