quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
VAI-VAI
“Mulheres que Brilham - A Força Feminina no Progresso Social e Cultural do País”
O objetivo deste tema é mostrar que ao longo da história a mulher mudou a sua maneira de ser na sociedade, exercendo papel de protagonista e decisivo no desenvolvimento social e cultural de nosso país e de todo o mundo.
Mostraremos em nosso desfile que a mulher é a grande mãe de cada mudança e que ela esteve presente em cada etapa da nossa vida cotidiana.
A opção de contar esta trajetória em forma de poema, é um tributo que prestaremos a mulher, uma questão de razão e sensibilidade, um olhar pelos olhos dela, revelando que o Brasil não é só a terra da mulher que brilha, mas daquela que faz brilhar.
Trago o que há de bom nesta hora
Pro samba que vai raiar a aurora
O bom brilhar da luz da lua
Pra iluminar esta rua
E o mais forte cantar
Que hoje a Vai-Vai segue a trilhar
Dessa mulher que brilha e que nos faz brilhar
Vem de Deus, essa luz que irradia.
Da alvorada dos tempos
Do barro, o homem, a cria
A mais divina inspiração
É a porção mulher que trago em mim
Que aflora e se revela
Assim como se fosse a costela
Daquele que foi o primeiro Adão.
É como a caixa de pandora
De mistérios e surpresas,
Aquela que guarda e protege
Que me elege e se abre agora
E sai do meu peito afora
No pulsar forte de um samba
Explodindo o meu coração
Vou percorrer na memória
Desde os tempos da pré-história
Quando fostes um troféu, a vitória
A base de um clã e de um lar
Brilhastes sempre, mulher de verdade
Na alegria e na adversidade
Firme, forte, aguerrida
Na dura vida, sua lida, cuidar
Fostes aqui também, a pioneira
Num Brasil ainda menino
A sedução da selva, o toque feminino
Da pele do sol tempero de amor
De Paraguaçu, índia faceira
Com cheiro de relva e de flor
A fazer assim a doce mistura
Da brava gente brasileira.
Por que amas, que tu brilhas
Seja na luta da igualdade
Ou nas trincheiras da liberdade
Seu brilhar faz romper barreiras
Pela paixão que não vê cor
E Chica, brilhou no Tijuco
Marias se tornam guerreiras
Pela pátria livre com amor.
Fostes um dia, a princesa prometida
Vinda de terras tão distantes
À desposar aqui, o jovem príncipe regente
E a se tornar alteza, esposa, mãe presente
Altiva, ante a outra, da paixão ardente
A zelar por ideais de uma nova nação
De um povo heroico, de brado retumbante
Por um sonho de um Brasil independente
Por ter coragem, que tu brilhas
E ergue-se a ti, Anita guerreira
O estandarte dos “Farrapos”
Assim como é de Dandara, Palmares, a Bandeira
Do grito de liberdade solto na garganta,
Que a mordaça de Anastácia não calou
E flutuou no ar, leve como pena
E nas mãos de Isabel, um dia pousou.
Fostes aquela, Chiquinha, a maestrina
Musa, música, mulher que brilha
O Abre-Alas que compõe nossa trilha,
Caminho que se abre, retrato que se revela.
E que na tela reparte coragem e arte que desafia
A expor a carne, a face de nossa terra: Antropofagia.
Na forma e cor de Tarsila, se externa.
E se faz moderna, definitiva, eterna.
Porque sonhas, que tu brilhas
Heroínas que inspiram, mulheres de papel
A criarem vida, nas palavras que esvaem vivas,
Das mãos de Ligia, de Zélia e Clarisse
E da Brilhante Raquel
E tantas outras que se fizeram eternas
De grandes homens, de alma fêmea, terna
Que tornaram reais, que fora personagem
Numa nova mulher que brilha com força e coragem
Porque cantas, que tu brilhas,
Como brilhante é o teu cantar,
Canto e encanto, trejeitos.
Num jeito próprio de olhar
De tantos requebros e maneiras,
É a pequena notável Luso-brasileira,
É o bamboleio, é ciranda, tai, é Carmem Miranda
Fazendo o mundo inteiro sambar.
São vozes que brilham que dizem da alma
E que com calma, falam ao coração
Fachos de luz, centelhas, que luzem estrelas
Eternas a se espalhar no céu e no chão
São “Dalvas” e Angelas, Claras, Maísas, Marias, Dolores e Gal
São Divas, sempre vivas, Elizetes, Alciones, Ivetes, Fátimas e Tal.
Regias vozes, vozes divinas
Como a voz de Elis Regina, voz enfim que não houve igual.
Fostes a mulher na luta
Armada de sonhos e ideais
Mulheres de força, mulheres reais
Mães da resistência, à desistirem jamais.
Mães dos escondidos, busca infinita
Mães de tantos, de santos, angelicais
Mães dos excluídos, dos desvalidos
Mulheres estrelas, guias, irmãs da paz
Porque vencestes, que tu brilhas
Sem perder a sua essência
Brilhas na vida e em nossa existência
Luz a doar a luz
Que se ilumina e se refrata
Como prisma de 1001 faces
Mulher que é de ouro, bronze e prata
Que nos encanta, arrebata
És e sempre serás,
Esta mulher que brilha, que manda
Seu bom brilhar mundo afora
Como a musa do meu samba
Mulher amada companheira
Cara metade pela vida inteira
Eterna rainha do lar, de todos os lares
Pois hoje tu governas, a grande nação BRASILEIRA.
(Alexandre Louzada)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário