Vendo alguns vídeos ou ouvindo muitos discos, lamento não ter vivido à época em que Elis brilhava na terra. Nasci, talvez por engano, sete após sua partida, mas me conformo com suas gravações e me emociono com suas interpretações. Com absoluta certeza, “Aos Nossos Filhos”, de Ivan Lins e Vitor Martins, é a música que me arrebata. Eu sei que ainda não tenho filhos, mas a letra desta espetacular canção é a que mais me define: “Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço, perdoem a falta de espaço, os dias eram assim... Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo, perdoem a falta de amigos, os dias eram assim...”.
Com tantas cantorazinhas, tidas como divas, Elis não pode ser chamada assim. Ela é única, anormal, histriônica, sobrenatural, incomparável, inigualável... Um mito. Elis não é diva, é mais que isso... Elis é divina!
PS: Quantas pessoas da minha geração conhecem – já ouviu ou gosta – de Chiquinha Gonzaga, Nara Leão, Gal, Maria Bethânia, Zizi Possi, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Etta James, Nina Simone, Billie Holiday, Whitney Houston, Diana Krall, Carole King, Dionne Warwick, Etta Jones, Patti Smith, Natalie Cole e outras tantas... Sobre Anittas, Gagas, Selenas, Beyoncés, Demis e Mileys, infelizmente, já sei a resposta.
Espero que as novas gerações saibam, realmente, o que é música de verdade. Meu sobrinho Heitor, que completará dois anos em dezembro, gosta de Patati Patatá, mas também, para minha surpresa, balbucia o sensacional Zé Ramalho. Dia desses estava cantando do seu jeito, é claro, “Batendo na Porta do Céu”, versão feita pelo paraibano para “Knockin' on Heaven's Door”, de Bob Dylan. Tenho esperanças de que as futuras gerações apreciem o que é bom, mesmo que, talvez, sejam coisas ultrapassadas, mas imortais.
PS2: A frase do título deste post foi dita por Elis, mostrando a sua genialidade, humildade e dando a entender que não era a estrela que todos pensavam.
Foto: Reprodução/Internet
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