quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Que “justiça” é essa?
Bom. Quem me acompanha sabe o que penso sobre a “justiça” brasileira. O que digo é a minha opinião. Para concordar ou não, bastar assistir aos noticiários da TV e ler as notícias dos principais jornais brasileiros.
Só para não deixar de comentar as últimas notícias. Amanhã é véspera de Natal. O que acontece com os ladrões? Não os de galinha... Muito menos os nobres engravatados de Brasília. Saem da cadeia beneficiados pelo indulto. Quantos voltarão? A cada saidinha – pela porta da frente – menos voltam.
E os destaques desta terça e quarta-feira? Daniel Dantas. O banqueiro do Opportunity teve todas as consequências do processo anuladas. Ou seja, continua condenado, mas poderá viajar. Lembram do Cacciola? Voltando ao banqueiro Dantas... A defesa poderá recorrer pedindo a liberação dos bilhões de dólares que estão bloqueados nas contas do exterior. Suponho qual será a decisão da “justiça”. Prefiro não comentá-la. Pra quê? Se, por enquanto, não posso mudar nada.
Destaques desta quarta-feira, ante véspera do Natal. A esposa do Abadia, o traficante colombiano, saiu da cadeia. Beneficiada pelo indulto. O que ela fez para ser presa? Jéssica Rojas era apenas a contadora do dinheiro que o cartel de Juan Carlos lucrava com o tráfico. Duas bombas determinadas, nesta quarta-feira, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, excelentíssimo senhor ministro Gilmar Mendes. Primeira: Entrega imediata do menino Sean Goldman. Filho de uma brasileira com um norte-americano. Um menino de 9 anos que mora no Brasil há 5 e que perdeu a mãe há 1 ano. Uma pergunta: Qual era o contato que a criança tinha com o pai? Conviveu, na minha ingênua opinião, mais com os avós maternos e com o padrasto do que com o pai norte-americano. Ele não deveria escolher com quem quer ficar? Ao menos ser ouvido?
E a carta aberta que a avó, Silvana Bianchi, enviou ao presidente Lula pedindo que o neto seja ouvido?
“Prezado Presidente Lula. Meu nome é Silvana Bianchi, sou brasileira, tenho 60 anos de idade e trabalhei toda minha vida. Junto com meu marido Raimundo Carneiro Ribeiro criei meus dois filhos ensinando-os a, acima de tudo, amar este país.
Minha filha, Bruna, faleceu de forma trágica no parto de minha neta Chiara. Hoje tenho como maior objetivo da minha vida dar toda atenção e carinho aos meus netos, filhos da Bruna. Um desses netos, Sean, também brasileiro nato, tornou-se alvo de uma campanha internacional de níveis inacreditáveis. Autoridades americanas dão declarações públicas chamando de “sequestradora” uma avó, que na ausência da filha, apenas quer criar seus netos.
Nossa formação valoriza papel da mãe. Na ausência da mãe, a criação incumbe a avó. Assim é em todo o Brasil, de norte a sul, independentemente de raça, cor, religião ou classe social. É natural que estrangeiros, com formação diferente, não entendam esses sentimentos tão autenticamente brasileiros.
Estou ameaçada de perder meu neto Sean por conta de uma pressão internacional que não leva em consideração o interesse de uma criança de 9 anos que deseja ardentemente permanecer no meio daqueles que lhe deram conforto na morte da mãe. As decisões judiciais, que foram tomadas determinando a entrega de Sean em 48 horas ao Consulado americano não levaram em consideração a vontade expressa do meu neto de permanecer no Brasil. Alegaram que a Convenção de Haia determina a entrega imediata. Não sou advogada, mas o que sei é que a Convenção estabelece como prioridade máxima o interesse da criança. E a criança não foi ouvida.
Senhor Presidente, isto não é um desabafo de uma avó agoniada. É o clamor de uma brasileira que luta com todas as forças, que ainda lhe restam, para que a Justiça deste país aplique as leis com a indispensável dose de humanidade.
Tentar tirar uma criança de 9 anos do convívio da família com a qual vive há 5 anos ininterruptamente, e especialmente de perto de sua irmã, Chiara, de 1 ano e 3 meses, que tem em Sean seu grande amparo, justamente na véspera do Natal, representa uma desumanidade. Jesus veio ao mundo para salvar os homens. Que Deus proteja aqueles que acreditam no princípio maior da cristandade, a preservação da família.
Peço respeitosamente a V. Exa. que seja-nos concedida a oportunidade de lhe apresentar, em audiência, nossa família e lhe entregar pessoalmente as manifestações escritas por Sean dirigidas a V. Exa.
Desejando a V. Exa., sua esposa e toda a sua família um Natal de reunião feliz, aguardo sua manifestação. Com respeito, Silvana Bianchi”.
Segunda bomba proferida pelo “nobre” presidente do STF: Concedeu o tão pedido habeas corpus ao médico Roger Abdelmassih. O médico que responde a 56 acusações de abuso sexual contra suas pacientes que o procuravam a fim de engravidar, sem falar na investigação de manipulação genética.
Essa é nossa “justiça”! Dizem que é cega. Mas cada vez aumenta a minha certeza de que a tão aclamada justiça, ou melhor, os que fazem cumprir o direito ou dever da Justiça, são cegos, surdos e mudos quando convém. Que “justiça” é essa? A mesma “justiça” que tira um neto dos braços maternos de seus avós quase que na véspera do Natal e que solta um médico estuprador. Nestes casos decisões do presidente do STF. Pedimos, imploramos, clamamos por Justiça, mas o que temos até agora é a mera “justiça”.
Como será o Natal da família Bianchi, das vítimas de Abdelmassih, dos familiares das vítimas dos marginais que estão sendo liberados e dos que serão soltos para passar o Natal nas ruas? PÉSSIMO, mas desejo profundamente felicidades e paciência. E do presidente? Da República e do Supremo? Desejo do fundo do meu coração um INFELIZ Natal.
Para vocês – poucos – leitores desejo sorte, realizações, paciência, paz, amor e felicidades. Este é o nosso país e essa é a minha opinião. LIBERDADE de EXPRESSÃO.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário