segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eloá tem morte cerebral diagnosticada e seus órgãos serão doados

Umas das vítimas do seqüestro do ABC, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, baleada na cabeça e na virilha teve morte cerebral diagnosticada pelos médicos às 23h30 deste sábado (18). Logo após o diagnóstico a família da jovem foi informada.

Foto: Internet


"A família está sendo atendida por psicólogos do hospital, está sendo apoiada. Todo o tempo, a família tinha fé de que ela ia sair do coma. Todo mundo desabou", disse Rosa Maria Aguiar, a diretora do Centro Hospitalar de Santo André.
O Secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, disse: "Juntos (exames), realizados em períodos diferentes, e com o mesmo diagnóstico eles confirmam a morte cerebral".
Segundo o secretário, vários exames – laboratoriais, para a análise da dosagem de gases diluídos no sangue e de reflexos neurológicos e motores – foram repetidos num intervalo de seis horas no sábado. O último exame constatou a ausência de fluxo sanguíneo pelas artérias cerebrais.
Um grupo de pessoas se reuniu em frente ao hospital e fez orações por Eloá, após divulgação da morte cerebral.
De acordo com a diretora do hospital, neste domingo (19) os pais de Eloá assinaram a autorização para a doação de seus órgãos.
Os exames para saber quais órgãos poderão ser doados e que tipo de doadora a estudante é foram feitos pelos médicos do hospital e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
A assessoria do de imprensa do Centro Hospitalar de Santo André informou que o fígado, coração, pulmões, córneas, rins, pâncreas e intestino foram considerados aptos para transplantes.

A amiga Nayara

A amiga de Eloá e também vítima do seqüestro, Nayara Silva, de 15 anos, que foi baleada na boca, não sofreu alterações no estado de saúde e segue estável. Segundo os médicos, ela está bem fisicamente e o edema não avançou.

O seqüestro

O seqüestro que durou mais de 100 horas começou por volta das 13h30 de segunda-feira (13) quando o ex-namorado de Eloá, Lindemberg Alves, de 22 anos, invadiu o apartamento da família em Santo André, fazendo quatro reféns. Todos faziam trabalho escolar. Na noite de segunda-feira Lindemberg, que era considerado calmo, liberou dois adolescentes.

Foto: Internet



Na terça-feira o seqüestrador libertou Nayara. Durante as negociações, na quinta-feira, Nayara retornou ao apartamento, o que causou críticas de irresponsabilidade por parte da polícia.
Na sexta-feira (17) um promotor de Justiça, acompanhado pelo advogado de Lindemberg, esteve no prédio para entregar ao seqüestrador um documento que lhe dava a garantia de que ele não seria ferido ao se entregar. Segundo o advogado de Lindemberg, o documento foi uma de suas exigências, o que causou a expectativa de que no início da noite ele se entregaria.
A polícia organizava uma coletiva para comunicar as negociações à imprensa, quando se ouviu um estrondo. A Polícia Militar afirma que às 18h08 policiais que estavam no apartamento ao lado do que o seqüestro acontecia ouviram um tiro disparado por Lindemberg. Em seguida o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) explodiu a porta e deteve o seqüestrador. Nayara saiu andando do apartamento. Eloá foi levada inconsciente ao hospital Lindemberg foi levado para a delegacia e encaminhado para a cadeia pública de Santo André.

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