sexta-feira, 6 de março de 2009

Arcebispo de Olinda excomunga envolvidos no aborto de menina de 9 anos

O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a mãe da menina de 9 anos, que foi estuprada pelo padrasto, e a equipe médica por terem realizado o aborto nesta quarta-feira (4). Após a criança reclamar de dores e levada a um hospital na semana passada foi descoberta a gravidez de gêmeos. Classificando como uma gestação de alto risco, pela idade da menina e por ser de gêmeos, os médicos seguiram a decisão da mãe da criança e realizaram o aborto. “Se a gravidez continuasse, o dano seria pior. O risco existiria até de morte ou de uma sequela definitiva de não poder mais engravidar. Há duas indicações legais no abortamento previsto em lei, que é o estupro e o risco de vida. Ela está incluída nos dois e, como médico, a gente não pode deixar que uma menina de 9 anos seja submetida a sofrimento e até a pagar com a própria vida”, disse o médico Olímpio Moraes.
“Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade. A Igreja, então, é muito benévola, quer dizer, sobretudo, com os menores. Agora os adultos, quem aprovou, quem realizou esse abordo, incorreu na excomunhão. A Igreja não costuma comunicar isso. Agora, a gente espera que essa pessoa, em momentos de reflexão, não espere a hora da morte para se arrepender”, disse dom José Cardoso Sobrinho.

Foto: Alexandro Auler/JC Imagem/AE



O arcebispo justificando sua ação disse: “A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor”.
A menina foi internada na noite de terça-feira (3) em uma maternidade pública de Recife, onde começou a receber doses de um medicamento para interromper a gestação.
Segundo a polícia, o padrasto mantinha relações sexuais com a criança desde os seus 6 anos. Ele que está preso desde o dia 27 de fevereiro será indiciado pelo estupro da menina e da irmã de 14 anos.

Dizem que ninguém, senão Deus, pode tirar a vida de alguém, mas o que a Igreja Católica fez durante 637 anos, de 1184 à 1821, época da Inquisição que tinham a hipocrisia de chamar de santa.

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