quinta-feira, 19 de março de 2009

Josef Fritzl é condenado à perpétua na Áustria

O austríaco Josef Fritzl, de 73 anos, foi considerado culpado nas acusações de privação de liberdade, coação grave, estupro, incesto e homicídio por omissão de socorro. Por unanimidade ele foi sentenciado a prisão perpétua, além de passar por um tratamento psiquiátrico.


Josef Fritzl é condenado a prisão perpétua por seqüestrar a filha Elisabeth por 24 anos, período em que manteve relações sexuais, resultando na gravidez de sete filhos-netos

“Eu lamento do fundo do meu coração. Infelizmente, eu não posso mudar nada agora... Aceito a sentença”, disse Fritzl ao ser questionado pelo juiz se aceitava a sentença, desta forma Fritzl não poderá apelar.
Nesta quinta-feira (19) o advogado Rudolf Mayer disse aos jornalistas na cidade de Sankt Pölten, onde acontecia o julgamento há quadro dias, que a sentença foi lógica. “Meu cliente foi responsável por seus atos, mas a personalidade dele tem anomalias psicológicas”.
Segundo o porta-voz do tribunal, Franz Cutka, Fritzl poderá ter direito a liberdade condicional após 15 anos de prisão, mas antes ele terá que passar por uma avaliação psiquiátrica anual.
Fritzl está preso na penitenciária de Sankt Pölten, dividindo uma cela com outro preso, já que em 11 meses de prisão ele não sofreu nenhuma ameaça e nem agressões físicas, onde aguarda sua transferência para um centro carcerário de Viena. Em Viena, ele será submetido a exames mentais e só depois será decidido em qual clínica de internação definitiva ele ficará podendo ser Mittersteig (Viena), Garsten (Alta Áustria), Stein (Baixa Áustria) ou Graz-Karlau (Estíria).

A confissão

Josef Fritzl que manteve a filha presa no porão da casa da família em Amstetten por 24 anos, além de manter relações sexuais resultando na gestação de sete filhos-netos, se declarou culpado na quarta-feira (18) das acusações de escravidão, estupro, coação grave, privação de liberdade, incesto e homicídio por não prestar socorro a um bebê que morreu logo após o parto em 1999. “Não sei por que não ajudei. Esperava que o bebê pudesse passar por isso. Declaro ser culpado. Deveria ter reconhecido que o bebê estava mal. Simplesmente não me dei conta. Pensava que o menino ia sobreviver”, disse o acusado. Nos dois primeiros dias do julgamento Fritzl se declarou inocente em todas as acusações.

Foto: Reprodução/Huffington Post


Josef Fritzl durante o primeiro dia de julgamento na cidade de Sankt Pölten, a 60 km da capital austríaca, Viena

A confissão de Fritzl foi uma surpresa para todos, inclusive para o seu advogado, Rudolf Mayer, que acredita na mudança de opinião do cliente após a exibição em vídeo do depoimento de 11 horas de duração da filha Elisabeth no tribunal nos primeiros dias do julgamento, segunda e terça-feira (16 e 17).
“Persiste o perigo de que cometa novamente atos graves se não receber tratamento. É necessário tratá-lo até que seja possível afirmar que não representa mais um perigo. Por consequência, se apresentam as condições para interná-lo em uma instituição psiquiátrica”, disse em seu depoimento a psiquiatra, Adelheid Kastner, que concluiu que Fritzl foi responsável por seus atos durante os 24 anos do sequestro de Elisabeth, além de destacar que ele sofre de desvios sexuais e problemas de personalidade.

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