O austríaco Josef Fritzl, 73, acusado de manter a filha presa no porão da casa da família em Amstetten por 24 anos, além de manter relações sexuais resultando na gestação de sete filhos-netos, se declarou culpado nesta quarta-feira (18) das acusações de escravidão, estupro, coação grave, privação de liberdade, incesto e homicídio por não prestar socorro a um bebê que morreu logo após o parto em 1999. “Não sei por que não ajudei. Esperava que o bebê pudesse passar por isso. Declaro ser culpado. Deveria ter reconhecido que o bebê estava mal. Simplesmente não me dei conta. Pensava que o menino ia sobreviver”, disse o acusado. O julgamento acontece na cidade de Sankt Pölten há três dias. Nos dois primeiros dias Fritzl se declarou inocente em todas as acusações. Diante da confissão, o austríaco pode ser condenado à prisão perpétua, que deve ser divulgada nesta quita-feira (19), após a sentença dos oito membros do júri popular, além dos três juizes que conduzem o processo.
Foto: Reprodução/Huffington Post
Josef Fritzl durante o primeiro dia de julgamento na cidade de Sankt Pölten, a 60 km da capital austríaca, Viena
A confissão de Fritzl foi uma surpresa para todos, inclusive para o seu advogado, Rudolf Mayer, que acredita que a mudança de opinião do cliente possa estar relacionada ao depoimento de 11 horas de duração – gravado em vídeo – da filha Elisabeth que foi exibido no tribunal na segunda e terça-feira.
“Persiste o perigo de que cometa novamente atos graves se não receber tratamento. É necessário tratá-lo até que seja possível afirmar que não representa mais um perigo. Por consequência, se apresentam as condições para interná-lo em uma instituição psiquiátrica”, disse em seu depoimento a psiquiatra, Adelheid Kastner, que concluiu que Fritzl foi responsável por seus atos durante os 24 anos do sequestro de Elisabeth, além de destacar que ele sofre de desvios sexuais e problemas de personalidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário