domingo, 22 de março de 2009

Os Jovens Empreendedores


Em todo o mundo, 73 milhões de pessoas com idade entre 18 e 64 anos abriram empresas nos últimos quatro anos, segundo os dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), principal instituição internacional de estudo do empreendedorismo. O Brasil ocupa a sétima posição numa lista de 34 países. O indicador que garantiu que o país alcançasse tal destaque, mostra que 14% da população adulta iniciou uma atividade econômica entre janeiro de 2002 e julho de 2005 e 35% dos empreendedores brasileiros também são empregados e prestam serviços com ou sem registro formal para alguma empresa.
Segundo estatísticas os homens empreendem mais, são 8.857.000 homens contra 6.515.000 mulheres. Enquanto a idade a maioria tem entre 25 e 34 anos e em relação à escolaridade 54% estudaram até o ensino médio. É claro que os mais ricos têm mais chances de empreendimento, as pessoas que recebem mais de 15 salários mínimos ocupam a margem de 19,4%.
A mudança na mentalidade do empreendedor mudou a partir da década de 80 com as crises econômicas, os avanços tecnológicos e o aumento da concorrência trazido pela globalização. Devido a tais fatores as empresas passaram a optar pela contenção de despesas, ou seja, cortes na folha de pagamento.
O sonho de trabalhar em uma grande empresa que era sinônimo de conquista passou a ser considerado como instabilidade. Nos últimos dez anos, as grandes empresas, com mais de 1000 funcionários, perderam 1,8 milhão de trabalhadores, de acordo com o Ministério do Trabalho, e as pequenas empresas contrataram quase o dobro. Entre 1995 e 2002, 31 milhões funcionários de fábricas foram demitidos nas grandes potências. O difícil de entender é que isso ocorreu num período em que a produtividade industrial fabril 4,3% e a produtividade industrial do planeta 30%.
No início da década, cada 1% de crescimento do PIB 1% no aumento de emprego. Hoje o PIB crescendo 1%, em média o emprego aumenta 0,2%. Com o uso de tecnologia, ocorre o aumento da produção sem a dependência de trabalhadores.
Com o aumento da pressão por resultados financeiros em curto prazo e conseqüentemente as metas ficaram difíceis, o ambiente de trabalho ficou mais estressante. Com a mudança cultural, a velocidade, a comunicação sem fronteiras, os jovens passaram a ver a burocracia como coisa do passado.
O salto de 55,8% entre 1996 e 2002 explica a posição do Brasil em sétimo lugar na lista do GEM. A lista não diferencia os empreendedores por necessidade – pessoa que perdeu o emprego e precisa de algo para o sustento da família – dos empreendedores por oportunidade – pessoas que aproveitaram uma chance no mercado. Os jovens percebem que as melhores chances no mercado estão relacionadas ao próprio negócio. Com a alta do empreendedorismo muitos jovens desprezam as grandes empresas. No Brasil, algumas faculdades passaram a adotar um curso formal de empreendedorismo, que não era tido como curso regular pela Fundação Getúlio Vargas até 2001, hoje a FGV possui um centro de empreendedorismo para fortalecer as faculdades de administração.
No Brasil sobram vagas para o mercado de trabalho, mas falta mão de obra qualificada. A cada ano o Senai cria 1000 vagas para cursos de pouca duração como panificação e confeitaria, os cursos variam entre R$ 150 e R$ 300. Para os desempregados a chance é ser patrocinados pelo governo. O Governo Federal investiu em 2006 R$ 81 milhões para a capacitação de trabalhadores, o investimento para 2007 foi de R$ 106 milhões. Em 2008 o total de investimentos foi de R$ 1 bilhão.

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