Quem vive em São Paulo, ou acompanha os noticiários, sabe que a Prefeitura da capital paulista criou e aplica, desde 1º de janeiro de 2007, a Lei da Cidade Limpa que proíbe a poluição visual – outdoors e letreiros com propaganda. O texto sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab diz: “Fica proibida, no âmbito do Município de São Paulo, a colocação de anúncio publicitário nos imóveis públicos e privados, edificados ou não”.
Não tenho absolutamente nada contra a lei. Escrevo este artigo depois de ler uma notícia de que a prefeitura vai aumentar a fiscalização para evitar que a lei seja descumprida durante a Copa do Mundo. Anúncios publicitários que tenham relação com o mundial e faixas de torcedores incentivando a Seleção Brasileira de Futebol presos em postes, árvores, praças e outros lugares públicos serão vetados.
O patriotismo será limitado apenas aos condomínios. Aquelas fitas verdes e amarelas que eram cruzadas e ligadas de um posto ao outro por fios de nylon e que tomavam conta das ruas serão banidas? Talvez falte empenho da população para decorar as ruas, ânimo com a Seleção, ou melhor desânimo, com a atitude do Dunga. Enfim, com a Lei da Cidade Limpa tudo será diferente daqui pra frente.
O que quero saber é se esta regra também será adotada durante a campanha eleitoral que começa no dia 17 de agosto. Teremos banners espalhados por todos os lugares incentivando o eleitor com a poluição visual? Estimulando o eleitor à votar no partido A, B ou C? Teremos verdadeiros lixos – não o candidato, mas o anúncio – pintados nos muros particulares? Que em algumas cidades do interior o espaço publicitário – o muro de um terreno baldio – custa míseros R$ 10. Sim, deve haver fiscalização. Fiscalização do povo, do eleitor, da pessoa que não poderá expressar seu patriotismo durante a Copa do Mundo por um lei que visa desestimular a poluição visual, mas que nos meses anteriores ao processo eleitoral estará exposto à grandes, enormes e imensos lixos visuais. Pronto falei!
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