segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Há 20 anos a Alemanha voltava a fazer parte do mundo
Na manhã do dia 13 de agosto de 1961 os moradores de Berlim acordaram e se depararam com uma surpresa. Uma surpresa desagradável, por sinal. A cidade estava dividida por um muro de 155 quilômetros de comprimento e pouco mais de 4 metros de altura. O imenso muro da vergonha separava dois governos de ideologias diferentes, dois blocos inimigos.
De um lado os capitalistas – Estados Unidos, Inglaterra e França – formavam a República Federal da Alemanha (RFA), do outro os socialistas, apoiados pela União Soviética, formavam a República Democrática Alemã (RDA). República Democrática esta que construiu a barreira que dividiu o mundo em dois blocos. Talvez a forma de tentar esconder da maioria alemã que o socialismo não era tão atraente como parecia.
Enquanto os alemães se preparavam para trabalhar, o movimento nas ruas de Berlim era intenso. Naquela manhã a cidade era tomada por caminhões carregados de tijolos, blocos de concreto e sacos de cimento. Os canteiros de obra eram vigiados pelos alemães uniformizados cercados pela patrulha armada. A milícia da RDA estava nas ruas. O despertador daquela manhã foi o barulho das britadeiras. Postes eram ligados por arame farpado cercando 37 quilômetros da área residencial de Berlim. O vergonhoso muro era composto por 66,5 quilômetros de grades metálicas, 127 redes eletrificadas e com alarme, 255 pistas onde corriam cães de guarda, além das 302 torres de observação.
9 de novembro de 1989, o Muro de Berlim começava a ser derrubado devido a uma decisão mal-interpretada pelos alemães. O governo da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) anunciou que o conselho dos ministros havia decidido abolir as restrições de viagens ao Oeste. O resultado foi imediato e as pessoas que acompanhavam a coletiva de impresa pela televisão marcharam aos postos da fronteira e pediram sua abertura.
As unidades militares e as unidades de controle de passaportes não sabiam o que fazer e com a pressão de milhares de alemães de ambos os lados abriram às 23h o posto de Bornholmer Strabe. Pouco mais tarde, os postos do centro de Berlim, e da fronteira ocidental repetiram a ação. As imagens da televisão fizeram com que muitas pessoas se direcionassem à fronteira e participassem da caminhada.
Berlim Ocidental recebeu os cidadãos da RDM com euforia e alegria. As pessoas se cumprimentavam, pessoas que nunca tinham se visto. Boates próximas ao Muro serviam cerveja de graça.
O Portão de Brandenburgo, que antes não eram acessíveis aos ocidentais, foi tomada por Berlim Ocidental e os deputados que discutiam o orçamento interromperam a sessão e cantaram o hino nacional da Alemanha.
A queda do Muro de Berlim marcou o fim da Guerra Fria, a união de duas Alemanhas, duas Europas e o início da degradação da União Soviética.
Hoje o governo de Berlim incentiva a visita ao muro derrubado, ao Berliner Mauer, já que resultou na formação da República Federal da Alemanha.
Trechos do muro foram reconstruídos e em outros trechos uma linha marca o percurso que o muro fazia.
O pavoroso muro causou a morte de mais de 80 pessoas, deixou 112 feridas e outras milhares foram presas ao tentar atravessá-lo.
Vídeo: YouTube
Fotos: Reprodução
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