Uma sindicância na Câmara dos Deputados descobriu que agências de viagem tinham acesso, de forma clandestina, ao departamento de passagens da casa. Pelos menos nomes de 18 deputados estão relacionados à venda ilegal de passagens. A Comissão de Sindicância da Câmara descobriu que funcionários de agências de turismo que integravam o esquema tinham a senha de deputados e pediam a emissão das passagens aéreas diretamente à casa.
Veja como funciona o esquema clandestino: O passageiro compra e paga a passagem para a agência de turismo. A agência fica com o dinheiro, mas não emite o bilhete. Um funcionário da agência entra em contato com o gabinete de um deputado pedindo que a passagem seja emitida pela cota do parlamentar, em nome do comprador do bilhete. Desta forma, a Câmara dos Deputados paga a companhia aérea e o dinheiro que a agência recebeu do passageiro é dividido com o gabinete do parlamentar.
A comissão de sindicância constatou, nesta sexta-feira (24), que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o ministro Eros Grau foram vítimas do esquema ilegal de vendas de passagens. Em julho de 2008, o ministro Gilmar Mendes pagou suas passagens e as passagens de sua mulher para os Estados Unidos, os bilhetes foram emitidos na cota do deputado Paulo Roberto (PTB-RS). O deputado acusou um ex-funcionário de trocar o código de emissão da passagem pela Câmara para esconder a irregularidade.
O deputado Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), corregedor da Câmara, disse que todas as denúncias serão apuradas e caso a participação de algum parlamentar seja comprovada, será configurada a quebra de decoro e este deputado será punido conforme as leis do Conselho de Ética.
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