O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (22) restrições ao uso de passagens aéreas, que passam a ser utilizadas pelos parlamentares, medida tomada anteriormente pela Câmara dos Deputados. O plenário aprovou o projeto onde cada parlamentar terá direito a cinco trechos de ida e volta ao Estado de origem por mês e todos os gastos serão tornados públicos na Internet em um prazo de 90 dias, além da extinção do acúmulo da cota de um ano para o outro, bem como a proibição da cota suplementar para membros da Mesa Diretora e lideranças partidárias. O uso de passagens por assessores parlamentares em serviço passará pela aprovação da Mesa Diretora.
Protestos
O deputado Sílvio Costa (PMN-PE) mostrou sua indignação no plenário da Câmara nesta quarta-feira e foi aplaudido por cerca dos outros cem parlamentares que estavam presentes na sessão. “Não é justo que as mulheres e os filhos dos parlamentares não possam vir a Brasília. É preciso acabar com o teatro da hipocrisia. Quer dizer que agora eu venho para Brasília e minha mulher fica lá? Assim vocês querem que eu me separe. Esta decisão não é correta. É uma decisão acuada. Quando eu fiz campanha, meus eleitores já sabiam que eu era casado”.
Foto: Agência Câmara
O deputado disse que concorda com as restrições de passagens para voos internacionais, mas defendeu que os deputados possam levar para Brasília os parentes mais próximos usando o dinheiro público, além de dizer que deve ser permitida a cessão de passagens para assessores, alegando que muitas vezes assessores dos estados podem ajudar em projetos na capital e vice-versa. O deputado disse que irá recorrer da decisão da Mesa Diretora.
O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), informou que se o recurso for regimental irar tratar o tema em votação no plenário.
O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), fez ironias: “Daqui a pouco estamos recebendo vale transporte”.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse: “Nesses 26 anos de mandato, fiz uma viagem à Europa com a minha mulher. Usei as passagens que eu tinha, sem extras, sem diária sem nada. Se está errado eu até reponho, mas nunca ninguém me disse isso”, fazendo referência ao fato de que não sabia sobre o uso das passagens por familiares.
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