Câmara pede imagens do circuito interno do Palácio do Planalto, lugar do encontro que Lina afirma ter tido com Dilma. A ministra nega.
Nesta quinta-feira (20) o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), encaminhou à Casa Civil um pedido de acesso a uma série de informações – vídeos do circuito interno de televisão do Palácio do Planalto, registro de carros que estiveram no local e a cópia da agenda de compromissos da ministra Dilma Rousseff nos meses de novembro e dezembro do ano passado – que possam comprovar ou não o encontro da ministra com a ex-secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira.
O prazo para que Dilma possa responder ao pedido é de 30 dias. A ministra poderá responder por crime de responsabilidade, caso preste informações falsas ou não atenda à solicitação de autoria do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), líder do partido na Câmara. “Mentira tem perna curta. No decorrer dos últimos dias todos os fatos mostram que a ex-secretária Lina está falando a verdade Se o governo quisesse encerrar de vez o assunto, era só apresentar as imagens e também a planilha dos carros que tiveram acesso ao Pálacio do Planalto”, disse o autor do pedido.
O encontro
Lina disse que se encontrou com Dilma, mas não se lembra da data, e na ocasião a ministra teria pedido para que a investigação da Receita Federal sobre as empresas do filho de José Sarney (PMDB-AP) fossem agilizadas e que em seu entendimento era um pedido para que as investigações contra Fernando Sarney fossem encerradas. A ministra nega que o encontro secreto tenha ocorrido. Na terça-feira (18) em seu depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) Lina afirmou que a ministra não interferiu no mérito da investigação. A oposição quer fazer uma acareação entre Lina e Dilma. Durante seu depoimento a ex-secretária da Receita disse que aceitava a acareação.
Depoimento
O depoimento de Lina à CCJ durou cerca de quatro horas. Ela apresentou aos senadores detalhes do suposto encontro secreto com Dilma e negou a tentativa da ministra de interferir no resultado das investigações da Receita Federal sobre as empresas da família Sarney.
Foto: Agência Senado
A ex-secretária da Receita ao lado do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da CCJ
“Estou aqui como cidadã para prestar esclarecimentos sobre os fatos publicados pela imprensa que denunciam a possível interferência da ministra da Casa Civil em assuntos da Receita Federal... O encontro houve e reintero a entrevista que concedi ao jornal Folha de S. Paulo. A ministra-chefe da Casa Civil me chamou ao seu gabinete e nesse encontro, a sós, me pediu para agilizar investigações sobre o filho de Sarney (Fernando). Confirmei ao jornal e volto a confirmar aqui. Não procurei o jornal. O que ocorreu é que fui procurada pelos repórteres para confirmar uma história. Não busquei, nem desejei essa exposição. Não vim a essa comissão fazer jogo de A ou de B ou alimentar polêmicas. Tudo que foi dito, voltarei a repetir em qualquer instância... Falamos sobre amenidades e, então, ela me perguntou se eu podia agilizar a fiscalização do filho do Sarney. Fui embora e não dei retorno. Acho que eles não queriam problema com o Sarney”, disse Lina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário