Na segunda-feira (24) a Associação dos Familiares das Vítimas do Voo Air France 447 protocolou junto à Procuradoria-Geral da República um pedido para que seja aberta uma investigação no Brasil para apurar as responsabilidades penais referentes ao acidente.
“Uma vez determinadas as responsabilidades criminais, requer sejam promovidas as medidas cabíveis para garantir a punição criminal dos responsáveis”, diz o ofício da associação.
Foto: Arquivo
Destroço do voo 447 da Air France que ia do Rio de Janeiro para Paris
As investigações do acidente – que no dia 31 de maio causou a morte de 228 pessoas, após a queda do Airbus A-330 no Oceano Atlântico – foram delegadas pelo governo brasileiro à França.
Segundo o pai de uma das vítimas da tragédia e diretor da associação, Nelson Faria Marinho, as investigações realizadas até o momento pela França apresentam indícios de que houve falhas em dispositivos de controle da aeronave. No documento enviado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os familiares das vítimas acrescentam que há indícios de que o projeto do avião possuía falhas que teriam sido ignoradas pela companhia aérea, Air France, e pela Airbus, a fabricante da aeronave.
Buscas por caixas-pretas terminaram há uma semana
O Escritório de Investigações e Análises (BEA) informou na quarta-feira (20) que o governo da França terminou a segunda fase de buscas pelas caixas-pretas do voo 447 da Air France que caiu no Oceano Atlântico no dia 1º de junho. O Airbus que tinha 228 pessoas a bordo, sendo 58 brasileiros, ia do Rio de Janeiro para Paris.
Em nota, a BEA informou “As buscas não permitiram localizar os destroços do avião. Ao longo das próximas semanas, reunirá uma equipe internacional de investigadores e especialistas para analisar os dados recolhidos”.
A primeira fase de buscas pelas caixas-pretas terminou no dia 10 de julho, dez dias após o término do prazo em que garantido que os aparelhos podiam emitir sinais sonoros. As buscas foram feitas em uma área de 17 mil quilômetros quadrados e mais de 3 mil metros de profundidade em relevo acidentado.
A segunda fase de buscas foi iniciada com a embarcação “Pourquoi pas”, o submarino “Nautile” e um robô.
O jornal “La Tribune” publicou no dia 30 de julho uma entrevista em que Thomas Enders, presidente da Airbus, disse que a fabricante de aeronaves estaria disposta a contribuir para a extensão das buscas. Segundo a publicação, no valor entre 12 e 20 milhões de euros.
O diretor-executivo Associação dos Familiares das Vítimas do Voo Air France 447, Maarten Von Slujys, criticou a medida: “Tratou-se de mais uma artimanha, na qual a entidade designada para os trabalhos de investigação beneficia as duas outras partes envolvidas, ou seja, a companhia aérea e a fabricante da aeronave, com a supressão das buscas”.
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