domingo, 17 de junho de 2012

CRÍTICA de CINEMA

Prometheus


Qual o nosso propósito? Qual a nossa origem? Pensando nessa e em outras respostas, chegou aos cinemas na última sexta-feira, o novo trabalho de Ridley Scott, 'Prometheus'. Inserido até o último suspiro no gênero sci-fi, o longa futurístico conta a saga de cientistas em busca de respostas para a humanidade.
Recheado de figuras esquisitas marombadas, gosmas melequentas e robôs que usam chinelo de dedo, a fita tem seu grande ponto positivo no roteiro inteligente e bem bolado que deixa qualquer cinéfilo feliz, claro.
Na trama, somos apresentados a uma equipe de exploradores que descobrem uma pista para a seguinte questão: a origem da humanidade na Terra! Isso acaba os levando a uma aventura interplanetária nos lugares mais complexos que habitam o universo. Chegando em seu destino, os tripulantes da "Prometheus" terão que enfrentar uma batalha cruel e dolorosa para tentar salvar o futuro da raça humana.
Já em seu início, “Prometheus” prometia. Tomando uma batida de maracujá incandescente, um ser de outro planeta colocava o espectador para pensar logo na primeira sequência. Será que aquela cena explicaria alguma coisa mais pra frente? O filme consegue exercer esse poder, o da ‘informação vital’ para o entendimento. Se você se afastar da história em algum momento, pensamentos esquisitos irão navegar em sua mente.
Alguns pontos interessantes são levantados pela história. O ser ‘mãe’, a curiosidade humana (em relação à evolução) contra a aceitação religiosa, a interação entre seres artificiais e os humanos, entre muitas outras questões. No caso desse filme, uma exceção à regra, não escreverei a fundo em relação a esses detalhes, pois, certamente spoilers virão e estragarão a sua surpresa.
Para ajudar a contar essa história, o competente diretor chamou uma equipe de peso. Encabeçando a lista, no papel principal, Noomi Rapace, que após esse bom trabalho consolida de vez seus pés em Hollywood. Charlize Theron (cada vez mais parecida com a atriz Abbie Cornish), adotando um jeito “robótico vilanesca” cumpre com méritos sua função para com a história. Logan Marshall-Green, o sósia do Tom Hardy, deixa o público um pouco perdido com as variações de seu personagem, mas não compromete nos principais momentos da trama. Mas, novamente esse ano, o show é do alemão! Michael Fassbender interpreta um ser bem peculiar e executa perfeitamente as características “humanas” que há nele. Seu robô David, que quem vos escreve apelidou o mesmo carinhosamente de “robô havaianas”, interage de forma misteriosa com os humanos, às vezes reproduzindo frases de outros filmes ao longo da fita. Quem disse que só os humanos tem memória cinéfila? Resumindo, David é um personagem fundamental para o sucesso da história.
O desfecho do longa é emblemático, então, não corram dos cinemas antes do filme realmente terminar, senão, você perderá a principal cena, e que praticamente consolida uma grande ponte e raciocínios complexos desse e de outra sequência bastante conhecida pelo público.

(Raphael Camacho)


A Arte da Conquista


Em seu primeiro longa metragem, o diretor Gavin Wiesen (que também assina o roteiro) tenta acertar a fórmula para a temática “paixonite adolescente” no filme “A Arte da Conquista”. O inglês Freddie Highmore e a americana Emma Roberts estrelam essa produção, que pode fazer um certo sucesso nos nossos cinemas. O filme é curto, tenta ser objetivo e inovador, mas acaba sendo bem monótono.
Na trama, o jovem George é um adolescente extremamente solitário que chegou ao último ano do colégio sem nunca ter interagido com seus colegas, como manda a regra. Um dia, ele faz amizade com uma garota chamada Sally (uma menina bem mais popular que ele). Aos poucos vamos percebendo que essa nova companhia de George é bem mais complicada que ele, assim, brotando uma relação bastante diferente. O interessante da história é o personagem de Freddie Highmore encontrar alguém tão complicado quanto ele e o que isso provoca nessa nova relação. A ideia é ótima e até certo ponto original, mas algumas coisas não se encaixam. A depressão e o sentimento anti-social mudam completamente a essência dos personagens, e esse caminho é pouco explicado/dedutivo para o público, que fica confuso com a montanha russa emocional que o filme se encaminha. Um pouco mais de minutos de fita poderiam ser a chave para explicações que no original parece que faltaram.
Não é uma questão de incompetência, apenas, a jovem dupla não consegue se encontrar em cena. Acredito que a famosa ‘química’ não rolou, o que afasta logo de cara o espectador da história que vem em completo pano de fundo. O engraçado é que os personagens possuem um certo carisma, que de alguma forma, não consegue se conectar com o público.

(Raphael Camacho)

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