domingo, 24 de junho de 2012

CRÍTICA de CINEMA

Sombras da Noite


O cineasta Tim Burton é reconhecido por sua estética sombria, divertida e por sua parceria com o ator Johnny Depp. Em "Sombras da Noite", sua nova produção, conta a história de um vampiro - interpretado por Depp - , que depois de 200 anos enterrado volta ao lar que sua família "construiu com sangue". No elenco: Michelle Pfeifer, Chloë Grace Moretz, Helena Bonham Carter, Eva Green e Alice Cooper (como ele mesmo). Com uma direção de arte e fotografia típica de Burton, esta produção é o seu reflexo; reafirmando sua posição como diretor de assinatura. O filme inicia no século 18, narrando a história de Barnabas Collins (Depp), como ele ganhou sua forma vampiresca. Uma contação que poderia ter sido evitada, uma vez que no decorrer da trama os espectadores conhecem a origem dos personagens. Tal narrativa inicial quebra com possíveis segredos e revelações. Se não fosse pela abertura, o longa seria mais interessante e misterioso. Mesmo assim, podemos extrair humor e as peculiaridades específicas de Burton.
Em 1972, Barnabas é encontrado e dá início à revitalização do nome da família, bem como os negócios. Daí a história ganha o humor "deppiano", revelando o contraste dos séculos. Em plena década de 70, a arte e o comportamento dos personagens são explorados, assim como a trilha sonora. Burton conta ainda com um casting talentoso, que imprimem a não importância do cineasta na direção de atores e sim na configuração da misen-èn-scene. Os personagens têm claras referências de outras produções do cineasta. Depp é Depp, mas com referências de outro personagem do longa ED WOOD (de Burton) e resquícios de outros personagens seus. O personagem caiu como uma luva para Depp, mas isto não o torna genial. Barnabas poderia ter sido interpretado por qualquer outro ator, com competência igual ou melhor.
Eva Green revela um lado cômico e vilanesco com sua Angelique, que é claramente inspirada na personagem Vampira (de Maila Syrjäniemi). Seus figurinos e trejeitos lembram a tal personagem - que pode ser vista nos filmes de ED WOOD-. Chloë Moretz prova seu talento, como a adolescente da família. A jovem atriz é uma das melhores de sua geração e está deixando sua veterana Dakota Fanning para trás. A versatilidade e suas boas escolhas de papéis provam que ela ainda vai crescer muito.
Mesmo sendo um longa com personagens interessantes, a trama esbarra em esquinas já visitadas pelo diretor; mas ainda assim continua sendo intrigante. Este parece ser um reboot de todos os filmes e referências do cineasta (como Ed Wood - demasiado citado nesta resenha, Os fantasmas se divertem, A Morte Lhe Cai Bem, Edward Mãos de Tesoura...). Sombras da Noite é um grande revival do cinema burtoniano e brinca com a comicidade do gênero terror.

(Thais Nepomuceno)


Armadilha


O que você faria se estivesse em um caixa eletrônico, em uma madrugada deserta, prestes a sofrer uma violência de um maluco encapuzado parado em frente à uma porta eletrônica? Dirigido pelo estreante em longas metragens, David Brooks, “Amadilha" ('ATM', como são chamados os “Caixas Eletrônicos 24 horas” nos EUA) tenta criar uma atmosfera de suspense que não surpreende nem gera medo em nenhum dos 90 minutos de filme. Muito difícil saber quem está pior em cena, Josh Peck ou Alice Eve. Brian Geraghty ao menos se esforça ao seu máximo para tentar dar algum sentido ao seu medroso personagem.
Na trama, um amigo convence um outro de ir à uma festa de confraternização onde estará a garota de seus sonhos. Após um lance de sorte (bastante forçado, diga-se de passagem), o jovem apaixonado tem a chance de dar uma ‘carona amorosa’ à sua eminente conquista, porém, um amigo também embarca nessa viagem e o trio, após um pedido inusitado por comida, dá uma parada em um caixa eletrônico onde acabam em uma luta desesperada para salvar suas vidas quando ficam “presos” no local por um homem misterioso vestido com uma roupa de frio.
Quem assina o roteiro é Chris Sparling (que também fez o roteiro do ótimo “Enterrado Vivo”), pena que não consegue acertar com esse, como em trabalhos anteriores. Tudo é muito sem sentido e o material humano também não ajuda. Muitas das situações que vemos nas sequências são extremamente forçadas e sem um pingo de criatividade, deixa muito à desejar. É uma verdadeira maratona ir até o fim da fita.
Tem coisas que não dá para entender: 1) Porque eles decidiram ir até o “ATM” mais escuro, isolado e sombrio da cidade? 2) Porque o carro foi estacionado a muitos metros de distância da entrada do “ATM” ? 3) Qual o motivo do Serial “ATM”? Essas são apenas algumas, muitas outras vocês indagarão se forem ver esse longa que prometia ser ao menos interessante mas se perde do início ao fim.
Esse não vale nem levar aquela paquera para ver, o filme não dá medo! Se você quer pulos nas cadeiras ou uma trama intrigante corra para ver outra fita! Muito abaixo da média entre os filmes do gênero!

(Raphael Camacho)

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