Durante a leitura da representação do PMDB contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) um bate-boca entre os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL) interrompeu e marcou a sessão da tarde desta quinta-feira (6) no Senado.
Palavras como cangaceiro e coronel marcaram a discussão entre os senadores que após corte dos microfones palavras de baixo calão foram pronunciadas.
Foto: Arquivo
A discussão começou após o término da leitura de Renan, quando Jereissati pediu para que uma pessoa fosse retirada do plenário pois havia manifestado favor à representação contra Virgílio. Renan Calheiros criticou a atitude do tucano: “Essas crises acontecem por isso... É a minoria com complexo de maioria”.
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Jereissati se irritou e respondeu: “Não aponte esse dedo sujo para cima de mim”.
“O dedo sujo infelizmente é o de vossa excelência. O dedo dos jatinhos que o Senado pagou”, retrucou Calheiros.
“Era com o meu dinheiro que eu pagava e não com o dinheiro que você... Dos seus empreiteiros”, disse Tasso.
Assista ao vídeo:
Tasso Jereissati disse que iria entrar com uma representação no Conselho de Ética contra Renan que o teria xingado fora do microfone com palavras de baixo calão.
O discurso de Virgílio
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Logo após a discussão, o senador Arthur Virgílio subiu à tribuna e, apresentando denúncias publicadas pela imprensa no período em que Calheiros era presidente da Casa e respondeu a processo de cassação, disse que não iria intimidar o Senado usando tropa de choque. “Se puder, casse o meu mandato, não estou com o menor receio do que vem por aí. Estou pronto, senador Renan Calheiros”, avisou Virgílio. “Sinto que vossa excelência está achando que é imortal. Vossa excelência está sustentando o presidente Sarney no comando do Senado para se manter imortal. Está fazendo e acontecendo aqui dentro do Senado, depois de ser quase cassado lá atrás. Muito cuidado, quanto mais alto a gente vai, maior é o tombo”, completou o líder do PSDB.
O empréstimo que o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, teria feito à Virgílio, o pagamento de um servidor do gabinete do senador enquanto estudava na Espanha, e o uso excessivo do dinheiro da Casa da para o tratamento de saúde da sua mãe, já falecida, e a nomeação de um servidor que seria personal trainer de Virgílio, são as bases da representação do PMDB contra o líder do PSDB.
Sob as acusações, Arthur Virgílio disse que não sabia que o dinheiro era de Agaciel, que está devolvendo cerca de R$ 210 mil ao Senado referente aos pagamentos feitos ao servidor enquanto morava na Europa, que sua mãe teria direito ao tratamento médico, já que seu pai foi senador. Sob o personal trainer, o senador nega que seja funcionário da Casa.
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