Foto: G1
Mohammed D’Ali dos Santos foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado pelos jurados do Tribunal do Júri de Goiânia pela morte e ocultação do cadáver da inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, sua namorada em julho de 2008.
Foto: Arquivo/Família
A sentença do julgamento foi lida, na noite desta quinta-feira (14), pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara.
O jovem foi condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio e por ser réu primário e menor de 21 anos teve redução de pena em seis meses para cada atenuante, ou seja, 19 anos. Pela ocultação de cadáver, foi condenado a 2 anos de reclusão. Houve também a aplicação de uma multa de 150 dias, sendo que cada dia deve ser considerado como um trigésimo do valor do salário mínimo vigente em julho de 2008.
O promotor Milton Marcolino defendeu a condenação em sua plenitude, sem o abatimento da pena por possíveis problemas mentais do réu que não considera existir e por ter planejado a fuga e ter monitorado a presença de policiais na frente de sua casa.
“Ele cometeu o crime no sábado (26 de julho), pois a empregada estava de folga e só voltaria no domingo, mas ligou para ela apenas retornar ao trabalho na terça-feira. Mohammed aumentou o volume do aparelho de som para que Cara não conseguisse pedir ajuda. A foto tirada por Mohammed, pelo celular, do corpo da vítima esquartejada foi enviada por ele mesmo e circulou o mundo todo pela internet. Isso mostra que ele é uma pessoa má e não uma pessoa com problema mental”, disse Marcolino.
O advogado de Mohammed, George Hidasi, defendeu a existência de problema mental em seu cliente e por isso pediu uma pena branda. “Tenho vontade de estrangular o Mohammed pelo crime que ele cometeu. Ele deve responder pelo crime que cometeu, mas na forma que a legislação penal rege, com redução da pena, pois ele tem problema mental”, disse a defesa.
De acordo com o promotor, Mohammed queria que Cara viesse ao Brasil para se casar com ela e ter facilidade de entrar e sair da Inglaterra. Marcolino disse que o jovem comprou as passagens aéreas para que a inglesa viesse duas vezes ao país.
Depoimento
No depoimento Mohammed confessou ter cometido os crimes e disse que não namorava a inglesa que conheceu em 2006 durante uma festa na casa de um amigo em Londres.
“Cara me ligou para dizer que queria voltar a morar comigo, mas que teria de avisar o namorado. Joguei 50 gramas de cocaína na mesa para cheirar. Ela me pediu dinheiro e disse que para droga eu tinha. Eu respondi que não era o pai dela. Ela me disse que iria ligar para o policial (da Rotam) que ela estava ficando para buscar a droga dela e fazer um dinheiro com a droga”, disse em depoimento.
De acordo com o promotor, exames toxicológicos feitos no corpo de Cara não detectaram vestígios de drogas. Segundo Marcolino, a vítima não gostava de entorpecentes, pois o pai havia morrido de overdose na Inglaterra.
O crime
“Quando ela colocou o telefone na orelha. Eu aumentei o volume do som, tapei a boca dela e comecei a furar as costas dela. Isso foi na sala do apartamento. A faca já estava comigo para cortar a pedra de cocaína. No dia em que aconteceu tudo, eu já tinha usado cocaína durante quatro dias seguidos. Mordi o braço dela. Não tinha noção do que estava fazendo, só depois que vi o que fiz. Não lembro onde a esfaqueei. Não vi, não. Só saí distribuindo, sem saber onde a estava atingindo. Ela caiu morta na mesma hora. Eu arrastei o corpo para o quarto, fui tomar banho e depois arrastei o corpo para o banheiro. Eu fui até o supermercado, comprei uma faca por cerca de R$ 10 e voltei para casa. Fiquei pensando em como tirar o corpo de casa e o jeito era cortar o corpo e colocar na mala. Cortei primeiro as pernas, os braços e depois a cabeça. Coloquei o tronco em um saco plástico e depois em uma mala. A cabeça e os membros eu coloquei em outros sacos plásticos e em outra mala”, disse o réu ao juiz.
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