Edmar Moreira é investigado por uso irregular da verba indenizatória. Ele é dono do castelo de R$ 25 milhões que não foi informado na sua declaração de bens
O deputado José Carlos Araújo (PR-BA), presidente do Conselho de Ética da Câmara, decidiu nesta segunda-feira (11) destituir do cargo de relator do processo contra o deputado Edmar Moreira, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). A reunião para a substituição do deputado está marcada para esta terça-feira (12). De acordo com o regimento, caso nenhum deputado aceite o cargo de Moraes, o presidente será o novo relator do processo.
Segundo o presidente, a destituição de Sérgio Moraes acontecerá a pedido de membros do conselho, já que o então relator adiantou na semana passada sua posição sobre o caso de Edmar Moreira. “Os dois outros deputados que fazem parte da subcomissão estão desconfortáveis na situação porque não foram procurados antes pelo relator. Então eu destituo a comissão e, em acabando a comissão, o relator está fora também”, afirmou o deputado José Carlos Araújo. “Vou querer conversar antes para ver quem aceita, porque senão eu indico e a pessoa declina. Eu entendo que quando o deputado vai para o conselho vai como missão e, como missão, tem que receber e cumprir”, disse o presidente se referindo ao fato de ter convidado o deputado Moreira Mendes (PPS-RO) para ocupar o cargo de Sérgio Moraes, que recusou.
O deputado Sérgio Moraes que gerou polêmica ao dizer que se lixava para a opinião pública não aceita a destituição: “Vou ao Supremo discutir porque não existe nada no regimento de que eles possam me afastar. Esse acordão não pode acontecer dentro desta casa. Daqui a pouco, se nomeia um relator, não está gostando, pega e troca ele. Ele [o presidente do Conselho de Ética] me nomeou e agora vai ter que aguentar”.
Foto: Arquivo
O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) prometeu ir ao STF caso a sua destituição se confirme
Moraes nega que tenha antecipado seu voto a favor da absolvição de Edmar Moreira e afirma que está sendo perseguido por não ter condenado de imediato o parlamentar. Segundo o relator, uma equipe do conselho teria dito para ele não ouvir nenhum depoimento. Moraes deseja ouvir o deputado do castelo, três deputados que ocuparam a primeira-secretaria na época de Edmar Moreira, a pessoa apontada como chefe de segurança do deputado e um técnico responsável pela análise das notas fiscais de uma empresa de segurança.
O deputado Edmar Moreira (MG), na época pelo DEM, é investigado pelo Conselho de Ética por usar de forma irregular a verba indenizatória. O deputado apresentou notas de uma empresa de segurança, cujo é proprietário, para receber recursos referentes à verba no valor de R$ 140 mil. De acordo com a Corregedoria, não foi encontradas provas de que o serviço foi prestado.
Foto: Arquivo
O caso de Edmar Moreira ganhou repercussão após a descoberta de um castelo em Minas Gerais de R$ 25 milhões que foi ocultado de sua declaração de bens. O deputado alega que o imóvel está no nome de seus filhos.
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