domingo, 9 de agosto de 2009

Galápagos: O arquipélago da evolução ameaçado


A Seleção Natural é a teoria descrita pelo naturalista britânico Charles Darwin, que pesquisou o arquipélago de Galápagos para explicar como as espécies animais e vegetais evoluem. Diz que o meio ambiente seleciona os seres mais adeptos, em geral, só estes conseguem se reproduzir e os menos dotados são eliminados. Assim, só as diferenças que facilitam a sobrevivência são transmitidas à geração seguinte, ao longo das gerações, essas características firmam-se e geram uma nova espécie.
Darwin não consegue distinguir as variações hereditárias das não hereditárias. Alguns anos depois, Mendel desvenda os fenômenos hereditários e os contabiliza com o princípio da seleção natural. O modelo da origem das espécies de Darwin mantém-se válido em suas linhas gerais, porém o caráter diferenciador decisivo cabe às mutações das células reprodutivas e não das somáticas – que constituem o corpo.
A teoria da evolução das espécies é um marco no estudo das relações entre os seres vivos e o meio ambiente. No livro “A origem das espécies”, de 1859, Darwin revoluciona a biologia e mostra que a evolução ou extinção dos seres vivos ocorre em função de transformações ambientais. As mudanças no meio físico ou no equilíbrio entre as diferentes formas de vida existentes em determinado ambiente alteram a cadeia alimentar e exigem um esforço de adaptação de todos os organismos vivos. Dentro de cada espécie sobrevivem apenas os indivíduos mais aptos para enfrentar as novas condições ambientais, dependendo das alterações ambientais, espécies inteiras podem desaparecer.

Terra, fogo e água, na imensidão do mundo, um paraíso ameaçado.

No ponto de encontro dos quatros oceanos e entre correntes frias e quentes encontra-se o arquipélago que serviu como fonte de inspiração ao naturalista inglês Charles Darwin. Galápagos está situado há 965 km da capital equatoriana, Quito.


O arquipélago é formado por 16 ilhas grandes e medianas e 43 rochas e ilhotas, que se espalham por 50 mil quilômetros quadrados de oceano. Estima-se que sua formação atual tenha ocorrido entre 3 e 5 milhões de anos atrás sendo, portanto, muito jovem. Algumas ilhas verdes escondem a vida, e outras que ardem com o fogo que vem do centro da terra. As duas ilhas mais novas Isabela e Fernandina, ainda estão em formação por meio de erupções vulcânicas, a mais recente ocorreu em 2005. A Unesco tombou as ilhas como Patrimônio Mundial da Humanidade em 1978. Mais de 97% da área do arquipélago é parque nacional.



“Nada pode ser mais convidativo do que a primeira aparência”, foi a famosa frase de Charles Darwin ao chegar às ilhas de Galápagos, em 1835. Mais de 170 anos depois, a impressão é a mesma, na praia, turistas nadam junto com leões-marinhos, iguanas e até tubarões. Todos mansos, devido ao isolamento das ilhas, estes animais nunca tiveram contato com predadores.


Quem tem a oportunidade de visitar o Parque Nacional de Galápagos, localizado na Ilha de Santa Cruz, a mais povoada do arquipélago, pode avistar as tartarugas gigantes, que tanto fascinaram o naturalista Charles Darwin e passear de barco por ilhas praticamente intocáveis, Galápagos além de belo é diferente.


Especialistas afirmam que num futuro próximo, caso medidas de controle da imigração e do turismo não forem tomadas, as ilhas podem perder características tão determinantes para Darwin elaborasse sua teoria da evolução das espécies.



Entre 2001 e 2006, o número de vôos a Galápagos cresceu 193%, o numero de navios com passageiros e cargas, 94%. Em 2006 o arquipélago recebeu cerca de 150 mil turistas – 83% a mais que há cinco anos. E para atender essas demandas, a população cresceu mais de 60%. A população de Galápagos saltou de 2 mil para 50 mil habitantes.
Os dados do Fundar, uma organização que monitora o crescimento das ilhas elabora projetos de controle das espécies introduzidas por estrangeiros – número que já ultrapassou o número de espécies endêmicas – que só existem nas ilhas. Cerca de 60% das plantas nativas de Galápagos estão ameaçadas, já que as espécies introduzidas são invasoras e atacam as endêmicas. Existem 1168 espécies endêmicas, entre plantas, animais vertebrados e invertebrados, enquanto as espécies introduzidas pelo homem chegam a 1181.
Segundo Graham Watkins, da Fundação Charles Darwin, que realiza projetos de conservação nas ilhas. “Se as ilhas continuarem crescendo nesta velocidade, não adianta termos os bons projetos de conservação que temos porque não daremos conta. Aí, Galápagos perderá suas características únicas e virará um Havaí ou um Caribe, onde turistas andam de jet-ski, hospedam-se em resorts e onde as espécies endêmicas são próximas de zero”.
Watkins elogia o trabalho de limitar turistas feito no arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha. Já é tarde demais para fazer o mesmo em Galápagos, porque Puerto Ayora – a capital de Santa Cruz – possui gente suficiente para que campeonatos de vôlei sejam promovidos perto do Malecón, o calçadão à beira-mar, escolas, café com computadores ligados à internet, mais de 1,5 mil leitos nos hotéis, lojas de artesanato e restaurantes. Galápagos recebe quatro vôos lotados diariamente.
Não há nenhuma restrição para adentrar nas ilhas, somente o pagamento de uma taxa de U$$ 100 – equatorianos e latino-americanos, incluindo brasileiros, pagam U$$ 50 – taxa destinada à conservação do parque nacional. Nos aeroportos de Quito e Guayaquil, a bagagem do turista é checada, o sistema é incapaz de detectar organismos como sementes e mosquitos. O que mais preocupa é devido ao isolamento dos animais que não possuem anticorpos e podem ser atingidos por vírus e bactérias trazidos de fora.
Pelo fato do alto número de turistas, os moradores ganham mais e têm uma qualidade de vida melhor do que no resto do Equador. Não há pobreza extrema, nem crime. Galápagos gera U$$ 400 milhões anuais para o país.


A combinação turistas e imigrantes ameaça Galápagos de várias maneiras – maior produção de lixo, maior consumo de energia e água, exige mais saneamento, a poluição aumenta por conta de maior fluxo de carros e barcos que circulam constantemente.
Este ano houve o extermínio de quase 200 mil bodes e cabras das ilhas de Isabela e Santiago. “Os animais, trazidos pelos imigrantes desde o século XIX, estavam destruindo as ilhas, competiam com as tartarugas gigantes por comida, comiam e acabavam com a vegetação, deixando várias espécies sem ter como sobreviver. O parque tem três novos alvos: ratos que comem ovos de tartarugas e iguanas, pés de amora e de goiaba, que ocupam o espaço de outras plantas e têm ramos espinhosos, onde aves ficam presas e morrem”, diz Victor Carión, diretor do parque nacional.


O parque conta com um apoio grande – financeiro, logístico e de especialistas – da Fundação Charles Darwin, que iniciou o projeto de conservação mais bem-sucedido até hoje no arquipélago – o salvamento das tartarugas-gigantes que tanto ajudaram Charles Darwin em seus estudos. Podendo pesar até 300 quilos e viver mais de 200 anos, elas estavam prestes a serem extintas nas 14 ilhas que habitavam. Darwin descobriu, na época, que as tartarugas diferiam de uma ilha para outra sendo, portanto, de espécies diferentes. Em 1965, começaram a ser resgatadas e sua reprodução, monitorada em cativeiro na sede do parque. Hoje, há 10 espécies praticamente livres da extinção, e milhares já foram levadas de volta às suas ilhas de origem.


Como chegar à Galápagos:

Voos para Galápagos saem de Quito, no Equador. De São Paulo a Quito, com escala em Lima, pela Taca, a partir de US$ 860. De Quito para Galápagos, os voos fazem escala em Guayaquil e pousam nas ilhas de Santa Cruz e San Cristóbal, pela Tame, a partir de US$ 398.
Para entrar em Galápagos é cobrada uma taxa de US$ 100, para os cidadãos do Mercosul desconte de 50%. O dólar americano é a moeda de Galápagos.
Vacina contra febre amarela deve ser tomada 10 dias antes do embarque.


Quando ir:

A melhor época para mergulhar é entre junho e novembro devido a maior quantidade de peixes. De dezembro a abril é mais ensolarado, mas com pancadas de chuva quase que diárias.


Viagens:

Pisa Trekking: A partir de US$ 2.232. Inclui passagens aéreas, traslados, hospedagem em apto. duplo, sendo três noites com café da manhã e city tour em Quito, tour de três dias pela Avenida dos Vulcões com refeições e guias. Hospedagem de três noites com pensão completa em apto. duplo com passeios, guias e assistência médica em Galápagos. Saída dos voos: terças, quintas, sextas e domingos.


Climb Tour Operator: A partir de R$ 4.011. Inclui passagens aéreas, traslados, hospedagem em apto. duplo, sendo três noites com café da manhã e city tour em Quito. Cruzeiro de quatro noites com pensão completa, alojamento em cabine e passeios diários com guias e assistência médica em Galápagos. Saída dos voos: quintas e sábados.

*Os preços e pacotes podem variar.


Hospedagem:

A melhor e mais prazerosa maneira de se conhecer o arquipélago é se hospedar nos barcos que percorrem Galápagos. A Metropolitan Touring é a mais tradicional no serviço e oferece três tipos de embarcações com guias e refeição completa.


Onde encontrar:

Climb Tour Operator

(11) 5542-8166
www.climb.tur.br


Metropolitan Touring

www.metropolitantouring.com


Pisa Trekking

(11) 5052-4085
www.pisa.tur.br


Taca:

0800-7618222
www.taca.com


Tame:
www.tame.com.ec

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