domingo, 25 de março de 2012

CRÍTICA de CINEMA

Jogos Vorazes


Se você já estava ansioso para curtir outra saga de sucesso como “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”, ou até mesmo “Crespúsculo”, que acaba ainda este ano, acho que encontrou sua motivação. Jogos Vorazes (The Hunger Games) promete ser a nova trilogia que irá chamar bilheteria e fãs em todo o mundo. O filme é uma adaptação do romance de ficção científica de Suzanne Collins, e já está virando fenômeno na literatura jovem. O americano Gary Ross (Seabiscuit – Alma de Herói) é o diretor.
Panem é o que restou dos Estados Unidos num futuro distante. A Capital, como é chamada a cidade principal, comanda os 12 distritos que a circundam. Devido uma revolta levantada contra a Capital, agora todos os anos os distritos têm que pagar com um casal de jovens representantes de sua região. Eles são chamados de “tributos”, e devem lutar até a morte numa competição chamada de “Jogos Vorazes”.
Para defender sua irmãzinha Primrose (Willow Shields), que foi escolhida como tributo pelo Distrito 12, a jovem Katniss (Jennifer Lawrence) se oferece para participar dos jogos. Junto a ela, o filho do padeiro, Peeta Mellark (Josh Hutcherson), é quem foi sorteado para representar o lado masculino. Peeta faz parte de uma família rica na região, ao contrário de Katniss, que é pobre e vive de caçadas para alimentar a todos em sua casa.
Você identificará uma mistureba neste filme: jogos romanos, reality show, American Idol, cerimônia do Oscar... É tudo junto numa coisa só. A Capital parece mais o “País das Maravilhas” se você notar a vestimenta de seus habitantes. Teve momentos que achei que Effie Trinket (Elizabeth Banks), a mulher que faz a colheita dos jovens no Distrito 12, era a versão feminina do “Chapeleiro Louco”.
O jogo é uma coisa cruel, mas vista pelos cidadãos da Capital como o evento do ano, cheio de glamour, com direito a usar a melhor roupa que possui durante o espetáculo. Katniss é uma garota esperta, mas terá que aprender a sobreviver se quiser ganhar a disputa, porque quem perde sai de lá morto, já que a ordem é destruir o concorrente.
Será com certeza a nova sensação dos cinemas, com direito a grandes filas e jovens suspirando e torcendo pelo possível romance que surgirá no decorrer da história. É assistir para conferir e não ficar por fora da nova trilogia de sucesso já antecipado.

(Silvia Freitas)


Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio


Em uma época onde o rock era a música que afirmava um poder fictício aos jovens, surgia no cenário mundial aquele que virou uma lenda, um mito, Raul Seixas. Dirigido pelo competente Wálter Carvalho, “Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio”, é um documentário divertido e emocionante que narra a trajetória do eterno maluco beleza da música popular brasileira.
Nesse ótimo documentário fazemos uma viagem na vida profissional e pessoal de Raul. A influência de Elvis Presley, o primeiro grupo (Raulzito e seus Panteras), o disco da virada na carreira (o álbum que tem o clássico “Sociedade Alternativa”), os muitos relacionamentos e depoimentos emocionados preenchem parte das lacunas deixadas pelo ídolo de uma multidão.
O homem que classificava sua própria música de ‘Raul Seixismo’, viveu intensos relacionamentos entre as décadas de 70 e 80. Raul era um pai amoroso que amou muitas mulheres. Via depoimentos, um inclusive via Skype, entendemos um pouco melhor a vida pessoal desse artista. O amor pelo grande ídolo é mostrado em muitos momentos, mais um em especial é marcante, nas enlouquecidas vozes de fãs cantando alguns clássicos em uma comemoração do aniversário do artista.
Entrevistas antológicas são mostradas. Depoimentos memoráveis de Paulo Coelho (grande parceiro de composição de Raul, ensinou exoterismo ao Maluco Beleza e o mesmo o ensinou a fazer letra de música), Nelson Motta, Pedro Bial, Caetano Veloso, Tom Zé, entre outros. Nessa hora percebemos o quão original era esse homem que mudou para sempre a história da nossa música.
Mas nem tudo eram flores na vida de Raul Seixas. As irresponsabilidades começaram a influenciar a carreira, o alcoolismo e as drogas foram caminhos percorridos pelo cantor que já dedicou um show ao cineasta Glauber Rocha. Por trás dos óculos escuros, uma lenda surgia. Saiba como isso aconteceu em “Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio”.

(Raphael Camacho)


Pina 3D


Os depoimentos em off dos bailarinos - de diferentes nacionalidades -, imagens de arquivo de Pina, de seus espetáculos e intervenções urbanas, conduzem a documentação de sua carreira, em busca de desvendar a mente da geniosa bailarina. Os pensamentos, ideias, impressões dos bailarinos são a chave para a narrativa.
Destaque para as imagens em performances em espaços públicos, como metrô, ruas, florestas, cachoeiras e penhascos, todas repletas de carga dramática na representação da coreografia e tensão corporal. O longa possui belas imagens, uma edição que mescla diversos momentos de diversos corpos de bailarinos e com uma trilha que diversifica os ambientes e espetáculos do grupo. As melhores lembranças dos órfãos da bailarina são editados através de suas participações.
A tecnologia 3D explora a profundidade e imprime uma descortinização dos espetáculos apresentados (como Café Muller). O longa é uma bela homenagem de Wenders a Pina Bausch e para os fãs de seu trabalho uma aula de artes cênicas.

(Thais Nepomuceno)

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