domingo, 20 de maio de 2012

CRÍTICA de CINEMA

Plano de Fuga


Depois de vários transtornos em sua vida pessoal, Mel Gibson (Um Novo Despertar) tenta refazer seu caminho para o alto escalão de Hollywood. O mais novo degrau em sua carreira é ‘Plano de Fuga’ (Get the Gringo), no qual o ator volta à sua especialidade: um filme de ação com grande carga cômica. No longa, Gibson interpreta um ladrão que é preso em território mexicano. Na penitenciária latina, o protagonista usa suas habilidades e sua inteligência para conseguir tirar vantagem do cenário. O papel cai como uma luva em Mel Gibson, que também é um dos roteiristas. A narrativa é o destaque de Plano de Fuga. A princípio, a história se apresenta como um mero pretexto para aproveitar a personalidade marcante do anti-herói. Mais adiante, o roteiro engrandece e faz jus ao título que o filme ganhou em terras brasileiras.
Quando o protagonista começa a planejar uma maneira de desestabilizar o poder paralelo de dentro do presídio, o enredo se torna bem mais complexo. O personagem de Gibson se alia a um garoto (Kevin Hernandez) para enfrentar o poderoso Javi (Daniel Giménez Cacho, de Arranca-me a Vida), um bandido que comanda a penitenciária. Como a simpatia pelo anti-herói já é garantida no começo protocolar do filme, o plano mirabolante da segunda metade do roteiro cai muito bem. Assim, o espectador que aceita todas as peripécias de braços abertos.
A expectativa depois de ver ‘Plano de Fuga’ é que Mel Gibson mantenha-se na linha quando está fora dos sets de filmagens para que seus fãs possam ser presenteados com outros filmes tão divertidos.

(Edu Fernandes)


O Corvo


Edgar Allan Poe foi um dos mais importantes escritores de terror e mistério. Em sua vida pessoal também existe um enigma que até hoje está insolúvel. Em 3 de outubro de 1849 o autor foi encontrado nas ruas de Baltimore em péssimas condições. Poucos dias depois (em 7 de outubro), Poe morreu de causas desconhecidas. Muito se especula acerca das circunstâncias que levaram Edgar ao estado deplorável em que foi encontrado: sujo, debilitado e delirante. O filme ‘O Corvo’ (The Raven) usa esse mistério para contar uma história de suspense e ação que homenageia a obra do escritor.
John Cusack (A Ressaca) interpreta Poe em uma trama totalmente fantasiosa. Um assassino em série está solto pelas ruas de Baltimore e todos seus crimes usam como inspiração a obra de Edgar. Por essa razão, o Detetive Fields (Luke Evans, de Imortais) decide chamar o escritor para ajudá-lo nas investigações. Logo é revelado que o verdadeiro alvo do plano do vilão é o próprio Poe. Aí começa uma perseguição que testará os limites da sanidade do autor, da mesma maneira como ele desafia a lucidez de seus personagens nos contos de terror. Nesse clima sombrio, além das referências aos escritos de Poe nas mortes, há diversas oportunidades em que se veem corvos. A ave é o tema do mais famoso poema de Edgar e representa sua alma e sua consciência em diversas cenas do filme.
Se não há fidelidade histórica plena na premissa de ‘O Corvo’, a esperança é que o longa incite a curiosidade do público jovem em procurar pela obra de Poe depois de terminada a sessão.

(Edu Fernandes)

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