sábado, 10 de julho de 2010

Gastronomia em Grande Estilo

Gastronomia Portuguesa


Marcante, variada, tradicional e regional são as características que fazem da gastronomia portuguesa sucesso nos quatro cantos do mundo. Especialidades típicas das diferentes regiões de Portugal e a introdução de especiarias por parte dos navegadores no século XV tornaram a culinária incrível e inigualável. Os portugueses importaram ingredientes e novas técnicas da Índia, Brasil e Japão. Países que também se introduziram na culinária local. Da Ásia, chegaram às laranjas, a canela, os chás e a canja. Para Índia, os portugueses levaram a pimenta malagueta. Na culinária japonesa, Portugal introduziu os fios de ovos, de onde adotou o pão de ló.


A gastronomia lusitana apresenta influências mediterrâneas e atlânticas. Do Mediterrâneo, o hábito de usar azeite de oliva, citrinos e ervas de cheiro, que dão cor e sabor à dieta, além do trigo, legumes, peixes, carnes, vinhos e frutas. Do Atlântico, o tradicional consumo de peixes. Sardinha e bacalhau são os peixes mais consumidos no país. A sardinha predomina nos meses de verão e o bacalhau, apesar de ser saboreado em qualquer época do ano, não pode faltar para celebrar o Natal. A pescada cozida com legumes e batatas também é bastante consumida nas terras lusitanas. Truta, linguado, salmão e tamboril não podem deixar de ser apreciados. O conselho é para que se evite consumir mariscos, lagostas, camarões, mexilhões e santolas (espécie de caranguejo) nos meses que não possuam a letra “r” no nome.



Uma completa e típica refeição portuguesa consiste num aperitivo – simples azeitonas ou azeitonas acompanhadas de azeite, orégano e alho, pão e manteiga, queijos de ovelha ou de cabra, orelha de porco, presunto, salada de polvo e ovas. O segundo prato é a sopa que pode ser de legumes, tomate, peixes, ou a tradicional Sopa de Pedra, típica da cidade de Almeirim, no Ribatejo, que é composta por vários ingredientes, incluindo uma pedra. A lenda diz que um pobre frade peregrino chegou a uma casa e pediu aos moradores dali que lhe emprestassem uma panela para que ele preparasse uma sopa. O frade retirou de sua bolsa uma lisa e bem lavada pedra. Os donos da casa ficaram curiosos e deixaram o frade entrar na cozinha, dando-lhe a panela. O frade colocou a panela ao fogo só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa. A dona da casa lhe deu o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um pouco de chouriço ou toucinho. E colocou junto com a pedra. O frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa, batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior. Assim se engrossou a sopa de pedra. Acrescentou cenoura e a carne que estava no feijão, finalizando a sopa. O frade e os donos da casa comeram a sopa e ao terminar, o frade retirou a pedra da panela, a lavou e a guardou para a sopa seguinte.
Apesar dos peixes serem bastante consumidos, os portugueses também são bons apreciadores das carnes de porco, frango, vaca e cabrito. Chouriços, costelas, presuntos, assados, fritos, grelhados e refogados são opções.
Tradicional mesmo é a doçaria portuguesa, destacando as sobremesas à base de ovos. Mousses de chocolate, caramelo, pudim, flãs e bolos são típicos desta gastronomia.
Uma das bases da alimentação portuguesa é o pão que apresenta uma grande variedade de preparo. O pão alentejano, com miolo compacto, dura mais do que um dia e é utilizado em acordas. A broa de milho é típica do norte português. O pão de centeio é bastante apreciado na Serra da Estrela. Os pães também são ótimos acompanhamentos de alguns pratos. No Ribatejo, o pão torrado com azeite, o torricado, é ideal para saborear carnes, bacalhau e sardinhas.


No Porto, tradicional é a broa de Avintes. Feita com farinha de milho, centeio e mel é cozida de cinco a seis horas e polvilhada com farinha. No norte, a fogaça é preparada geralmente aos domingos, quando o padeiro não vai entregar em casa. No Almeirim, em Santarém, as caralhotas são saboreadas logo que saem do forno. Em Trás-os-Montes, típicas são as bolas (bôlas), pães misturados com carne ou sardinhas.


Depois dos pães, vem o azeite utilizado como principal condimento no preparo da culinária, inclusive na doçaria. Os alentejanos são os mestres das broas de azeite. O óleo das azeitonas rega as batatas cozidas, peixes grelhados e o bacalhau assado com vinagre, salsa, cebola e alho. O azeite misturado com feijões, couve e pão de milho prepara as Migas à Moda da Beira.


Saindo do campo da culinária lusitana, mas continuando no assunto gastronômico, vamos falar dos vinhos, o orgulho nacional. Alentejo, Douro, Dão, Bucelas e Terras do Sado são as regiões que produzem os vinhos mais precioso de Portugal. Os tradicionais vinhos doces e com alto teor alcoólico são o Madeira, de Carcavelos, moscatel de Setúbal e claro... O vinho do Porto. Produzido com uvas da Região Vinhateira do Alto Douro, no norte de Portugal, apresenta uma fermentação não completa (de dois a três dias) através da adição de uma aguardente vínica neutra. O sabor naturalmente doce decorre do fato do açúcar das uvas não se transformar completamente em álcool. O alto teor alcoólico dá-se aguardente vínica, com graduação alcoólica de 77º. O vinho do Porto recebe três classificações: Branco, Ruby e Tawny.
O Porto Branco é produzido a partir de uvas brancas. Envelhecidos em barricas de carvalho, apresenta sabores doce e frutado.
O Porto Ruby possui as características iniciais da produção pela baixa oxidação. De cor escura, possui sabores de frutas vermelhas e apresenta quatro classificações: Ruby, Reserva (uvas selecionadas de grande qualidade), LBV (o Porto Late Bottled Vintage é produzido com uvas de colheita excepcionalmente boa. A bebida é envelhecida de quatro a seis anos) e Vintage (o vinho do Porto obtido da colheita de um só ano considerado de excepcional qualidade. O envelhecimento em barris é de no máximo dois anos e meio, e depois é envelhecido nas garrafas. Apresenta aromas de frutas, chocolate, cacau, café, charuto, canela e pimenta).
O Porto Tawny é produzido com as mesmas uvas do Ruby. A bebida é envelhecida de dois a três anos em barris e depois são transferidos para imensas pipas que permitem um mais elevado do vinho com a madeira e com o ar. Desta forma, oxidam e envelhecem mais rápido. No início, apresenta coloração dos tintos, ganham tons mais claros e sabores a frutos secos com nozes ou amêndoas. Com o envelhecimento adquirem aromas de madeira, café, chocolate, canela e mel. Quanto mais velhos forem, mais claros e com sabores licorosos intensos ficam. O Tawny pode ser envelhecido por 10, 20, 30 e 40 anos.
O vinho que se bebe jovem e fresco é o vinho verde, que não é um tipo de vinho branco e tem este nome devido ao frescor e a pouca idade. É produzido no norte português, entres os rios Minho e Douro.
Ideal mesmo é saborear a culinária portuguesa, na companhia de um belo, maturado e delicioso vinho ao som do fado na incrível voz de Mariza.



Batatas com Murros nas Costas


Ingredientes:

1 quilo de batatas não muito grandes;
Sal e azeite de oliva à gosto;
Ervas aromáticas;

Após lavar as batatas, cozinhe numa panela com água e sal até que estejam macias. Escorra a água e pressione cada batata com o punho. Regue com azeite e finalize espalhando as ervas aromáticas.


Arroz de Cabidela


Ingredientes:

5 colheres (sopa) de azeite;
½ quilo de arroz;
1 frango;
2 cebolas cortadas em cubos;
1 dente de alho amassado;
1 ramo de salsa;
2 folhas de louro;
½ copo de vinagre;
1 ramo de carqueja;
Sal e pimenta a gosto;

Numa tigela, coloque vinagre e misture o sangue do frango. Leve a ave cortada em pedaços numa panela e acrescente azeite, cebolas, alho, salsa, carqueja e um pouco de água. Deixe cozinhar. Tempere com sal e pimenta. Continue cozinhando em fogo brando com a panela tampada. Quando a carne estiver macia, adicione água para obter o caldo para fazer o arroz. Quando o caldo ferver, coloque o arroz e deixe cozinhar. Adicione o sangue e deixe levantar fervura.

*A quantidade da água depende da consistência da cabidela que você pretende ter.


Bacalhau à Alentejo


Ingredientes:

4 postas altas de bacalhau demolhadas, limpas e cortadas em lascas;
3 colheres (sopa) de margarina;
½ xícara de azeite;
100 gramas de azeitonas pretas sem caroço;
4 tomates maduros sem sementes cortados em cubos;
1 pimentão verde sem sementes;
1 pimentão vermelho sem sementes;
1 pimentão amarelo sem sementes;
12 batatas sem casca em rodelas;
Sal e pimenta-do-reino à gosto;

Cozinhe a batata em água, sal e pimenta-do-reino. Reserve. Unte uma forma com azeite e faça camadas de bacalhau, batata, tomate e pimentão. Por último, coloque margarina e regue com azeite. Decore com azeitonas e leve ao forno médio por 20 minutos.


Perdiz ao Molho Madeira


Ingredientes:

1 colher (sopa) de mostarda;
8 fatias de toucinho defumado;
2 cálices de vinho Madeira;
100 gramas de manteiga;
½ copo de aguardente;
1 dente de alho socado;
2 cenouras raladas;
Sal à gosto;
4 perdizes;
1 cebola em pequenos cubos;
1 lata de patê de galinha;
1 pão tipo bengala;

Tempere as aves com sal e as envolva nas fatias de toucinho. Leve ao forno com 50 gramas de manteiga até que fiquem macias, regue de vez em quando com o vinho Madeira e a gordura da assadeira. Reserve. Numa frigideira, coloque a manteiga restante e refogue a cebola, o alho e as cenouras. Acrescente a mostarda. Bata tudo no liquidificador e junte ao molho da assadeira. Reserve. Jogue a aguardente sobre as perdizes e flambe. Coloque as perdizes numa travessa e cubra com o molho. Para acompanhar, sirva fatias de pão cobertas com o patê.


Pernil à Algarve


Ingredientes:

1 quilo de pernil desossado cortado em cubos;
100 gramas de manteiga;
150 gramas de amêndoas peladas;
1 tablete de caldo de carne em ½ copo de água fervente;
1 cálice de vinho do Porto;

Refogar o pernil na manteiga até dourar. Acrescente as amêndoas, o vinho do Porto, o caldo de carne, sal e pimenta. Cozinhe por 20 minutos até que o líquido evapore.


Sopa de Pedra


Ingredientes:

1 litro de feijão;
500 gramas de carne de porco;
1 chouriço de carne;
150 gramas de toucinho entremeado;
750 gramas de batatas cortadas em cubos;
2 cebolas;
2 dentes de alho;
1 folha de louro;
Sal, pimenta e coentro à gosto;

Cozinhe o feijão junto com a carne de porco, chouriço, toucinho, cebolas, alho e louro. Tempere com sal e pimenta. Se necessário, acrescente mais água fervente. Retire a carne quando estiver cozida e acrescente as batatas e o coentro. Deixe as batatas cozinharem e coloque uma pedra bem lavada.


Papo de Anjo dos Açores


Ingredientes:

1 cravo-da-índia para cada unidade;
1 quilo de açúcar;
1 litro de água;
1 ovo inteiro;
12 gemas;

Numa batedeira, bata as gemas com o ovo inteiro até crescer e ficar bem fofa. Unte forminhas de empada com manteiga e coloque a massa de gemas até a metade das formas. Cozinhe em banho-maria no forno brando. Faça uma calda rala com o açúcar e a água. Depois que os papos estiverem mornos, mergulhe-os um a um na calda. Quanto mais embebidos estiverem mais saborosos ficam. Espete um cravo-da-índia em cada papo. A calda que sobrar pode ser jogada sobre os papos.

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