domingo, 29 de março de 2009

Caso Isabella Nardoni – Um ano do crime que chocou o país


Há um ano o Brasil chorou, o país sentiu a dor de uma família, todas as pessoas se tornaram parentes da pequena Isabella, pais, irmãos, avós, tios e primos de uma menina que não vive mais na terra dos homens, mas brilha no céu como um anjo.
No início, um crime cheio de informações desencontradas pela própria polícia, de um lado a delegada assistente, Renata Pontes, dizia que 90% do crime estava esclarecido, do outro, Calixto Calil, delegado responsável pelo caso, afirmava que ainda faltavam mais de 50% para o crime ser solucionado. Após uma reunião entre os delegados, a polícia afirmava que 70% do crime já estava solucionado e que a partir de então, as investigações seguiriam em juízo. Peritos voltavam ao Edifício London constantemente antes da reconstituição.


A defesa do casal afirmava e reafirmava haver um terceiro suspeito, suspeito que ninguém viu ou ouviu. Falso testemunho, o pedreiro que trabalhava em uma construção atrás do prédio, afirmou que o local havia sido arrombado, em depoimento à polícia, disse que ninguém entrou na construção, tudo estava intacto, nada foi levado.


Pessoas enlouquecidas gritavam em frente ao 9º DP, palavras de baixo calão, chamavam Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá de assassinos, em frente às residências de seus pais, populares colocavam faixas e cartazes a todo o momento, alguns em solidariedade à pequena Isabella – no dia de seu aniversário – outros para ofender as famílias Nardoni e Jatobá.


Quase um mês após a tragédia, peritos e policiais voltaram ao Edifício London para a reconstituição do crime, o espaço aéreo da região foi fechado, a Rua Santa Leocádia, interditada e seus moradores cadastrados. No domingo, 27 de abril de 2008, parte da população se voltou para os canais de televisão, a imprensa mais uma vez fez um trabalho ímpar, respeitou o pedido da polícia no momento que foi solicitado – para fazer o teste com o decibelímetro –, os vizinhos ao prédio, bem como os jornalistas se mantiveram em silêncio no momento em que a reconstituição se dirigiu para a parte exterior do residencial, momento em que a pequena Isabella foi atirada pela janela, durante o processo uma boneca médico-forense, de R$ 2.000 foi utilizada para refazer aquele momento sórdido, etapa final da reconstituição que provavelmente pôs um ponto final no caso que saturou a mídia brasileira. Exatamente às 12h50 um perito começou a cortar a tela de proteção da janela do quarto. Pouco depois das 13h iniciou o momento mais dramático de toda aquela operação, a simulação da queda de Isabella. Um perito substituindo Alexandre Nardoni colocou os pés do manequim para o lado de fora da janela, em seguida a boneca foi segurada pelos braços, se solta o braço esquerdo e depois o direito, a boneca ficou a cerca de dois metros da janela, devido uma corda que a sustentava. Tal momento chocante foi repetido às 13h10, tudo fotografado e filmado da varanda e da rua. Sim, realmente o momento foi de comoção, naquela hora era utilizada uma boneca de peso e altura iguais de Isabella, mas no dia 29 de março, às 23h49 não era uma simples boneca que caía de uma janela, e sim uma menina que teria uma vida inteira pela frente, com alegria, amor, novas aventuras e carinho.


Após a queda, os peritos foram auxiliados pelo professor Antonio Lucio Teixeira, morador do apartamento 12, cuja sacada fica em frente o local onde Isabella caiu. Antonio foi a primeira pessoa a acionar o socorro e a polícia, homem que ouviu a voz de uma criança dizendo “papai, papai, papai... pára... pára”.
Como alguns brasileiros são oportunistas, ordinários e canalhas – peço o perdão pelas palavras – usaram de um momento de dor nacional para brincar com tal barbárie, pessoas fizeram um “bolão” para descobrir quem matou Isabella, outros divulgaram notícia sobre o caso, com o único objetivo de passar vírus aos nossos computadores.
Perito particular foi contratado pela família Nardoni com o intuito de contestar os laudos da perícia e do Instituto Médico Legal de São Paulo.
Alexandre Nardoni e Anna Jatobá aguardam julgamento nas penitenciárias de Tremembé, há 138 km de São Paulo, onde estão presos desde o dia 9 de maio de 2008. O julgamento que seria realizado no início deste ano pode acontecer entre o próximo semestre e o início de 2010, segundo promotoria devido aos recursos impetrados pela defesa.
Na terça-feira (24) o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, por unanimidade, que o casal Nardoni irá a júri popular.


Após um ano do crime bárbaro que abalou a nação, perguntas continuam sem respostas. Perguntas que talvez ninguém possa responder. O que uma menina indefesa de 5 anos poderia fazer? Porque tamanha covardia?

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