quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Haiti: Mortos passam dos 100 mil

Foto: Reuters

O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse à CNN que o número de mortos pelo terremoto que atingiu o país nesta terça-feira (12) pode passar dos 100 mil. O terremoto de 7 graus na escala Richter afetou a estrutura de telecomunicações do país e por isso as informações sobre vítimas e danos são desencontradas.
O premiê disse que o Haiti precisa de ajuda internacional para ajudar às vítimas e resgatar os corpos. “As pessoas estão se ajudando umas às outras, tentando se organizar”, disse Bellerive.
O aeroporto da capital, Porto Príncipe, precisa ser recuperado para voltar a funcionar e receber cargas e pessoa da ajuda humanitária. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que vai mandar operadores de voo para que o aeroporto volte a operar.
Os governos do Brasil e de diversos países, além de celebridades anunciaram que mandarão ajuda o mais rápido possível. O Brasil informou que vai mandar US$ 15 milhões e 28 toneladas de alimento até sexta-feira (15). O Ministério da Agricultura informou que serão enviados ao Haiti leite em pó, açúcar, sardinha e fiambre em dois aviões da Força Aérea Brasileira. O primeiro avião deve partir ainda nesta quarta-feira (13) com 14 toneladas de alimentos.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, embarcou rumo ao Haiti em companhia dos comandantes da Marinha, Almirante Júlio Soares de Moura Neto, e do Exército, General Enzo Martins Pery. Rogério Sotilli, secretário executivo da Secretaria Especial de Direitos Humanos, representantes do Ministério da Saúde, do Ministério das Relações Exteriores e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil também fazem parte da comitiva brasileira, além do senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda Arns.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a embaixada brasileira em Santo Domingo, na República Dominicana, país vizinho do Haiti será reforçada.
O Comando do Exército confirmou a morte de 11 militares brasileiros vítimas do terremoto. De acordo com o Exército, nove militares estão desaparecidos e sete feridos. A maioria dos militares mortos é do 5º Batalhão de Infantaria Leve (5º BIL), sediado em Lorena, interior de São Paulo. São eles: 1º Tenente Bruno Ribeiro Mário, 2º Sargento Davi Ramos de Lima, 2º Sargento Leonardo de Castro Carvalho, Cabo Douglas Pedrotti Neckel, Cabo Washington Luís de Souza Seraphin, Soldado Tiago Anaya Detimermani e Soldado Antonio José Anacleto. Do 2º Batalhão de Infantaria Leve, de Santos, os mortos são o Cabo Ari Dirceu Fernandes Júnior e o Soldado Kleber da Silva Santos. Também estão entre os mortos, o Subtenente Raniel Batista de Camargo, do 37º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lins, e o Coronel Emílio Carlos Torres dos Santos, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF.
O Itamaraty disponibilizou o telefone para informações aos familiares de brasileiros que estão no Haiti: (61) 3411-8803
O Banco do Brasil abril uma conta corrente para doações da população. Os recursos recebidos serão diretamente administrados pela Embaixada do Haiti no Brasil.
Os dados da conta SOS Haiti, são: agência 1606-3, C/C 91.000-7.


Zilda Arns


A pediatra, sanitarista, coordenadora internacional e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann, de 73 anos, também está entre os brasileiros mortos. Zilda Arns estava no país desde domingo (10) onde realizaria uma palestra e foi ver de perto as atividades ligadas às ações sobre o combate de desnutrição no país. A informação foi divulgada pelo gabinete do sobrinho de Zilda, senador Flávio José Arns (PSDB-PR). O corpo da médica foi encontrado em uma igreja, onde ela palestrava para mais de 150 pessoas. O corpo de Arns foi encontrado na manhã desta quarta-feira (13) pela embaixatriz Roseana Tereza Aben-Athar, mulher do embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, soterrado entre os escombros do prédio. Com o terremoto, a laje do prédio desabou e atingiu Zilda Arns que não resistiu. Segundo a informação, a coordenadora da Pastoral da Criança teria deixado a embaixada em companhia de um militar e da assessora e teria ido ao prédio que desabou.
Ainda não há previsão para a chegada do corpo de Zilda Arns ao Brasil. Ela será enterrada em Curitiba.
O embaixador estava em Brasília no momento do terremoto e do Brasil participou das primeiras reuniões que definiram as ações de emergenciais de apoio e ajuda humanitária.
A porta-voz Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs, disse que o número de estrangeiros desaparecidos pode chegar a 200. “Estamos também muito preocupados com nossos porta-vozes locais”, disse Byrs.
Ao menos 115 empregados estrangeiros da ONU estão desaparecidos, inclusive o chefe da missão, Hebi Annabi, da Tunísia. A ONU informou que pelo menos cinco pessoas morreram no desabamento do prédio das Nações Unidas em Porto Príncipe.

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