quinta-feira, 6 de maio de 2010

Será que a Justiça só é feita quando o caso comove a nação?


A prisão da procuradora de Justiça aposentada, Vera Lúcia Gomes, foi decretada pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte. Todos sabem que a promotora é acusada de torturar a menina de 2 anos de idade que estava sob sua guarda provisória, então não preciso entrar no mérito da questão.
O juiz entendeu que o caso não caberia ao 1º Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Considerou que o acontecido – suspeita de tortura – não cabe a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), que pune os crimes cometidos contra a mulher no ambiente familiar.
Não quero me estender muito, então passo direto para uma indagação. A Justiça só é feita quando o caso comove a nação? Não deveria ser, mas na prática é isso que acontece, ou pelo menos, é o que a mídia mostra. Quantas crianças são maltratadas pelos pais biológicos e adotivos? Quantas são as crianças vítimas da violência física, psicológica, verbal e sexual? Os números são maiores a cada ano e a “solução” é entrar para as estatísticas. Será que o atentando à criança tem que ser extremo para ser noticiado e só assim punido?
Voltando ao decreto da prisão de Vera Lúcia. Na tarde de ontem, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, ela foi presa na noite de terça-feira (4) em Búzios. Detida e levada à delegacia, foi liberada logo em seguida por não ter sido expedito o mandado de prisão, o que aconteceu no final da tarde de quarta-feira. Resultado: ela está foragida. Pronto falei!

Foto: Reprodução/Internet

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