sábado, 25 de abril de 2009

Passagens aéreas: Venda clandestina na Câmara dos Deputados

Uma sindicância na Câmara dos Deputados descobriu que agências de viagem tinham acesso, de forma clandestina, ao departamento de passagens da casa. Pelos menos nomes de 18 deputados estão relacionados à venda ilegal de passagens. A Comissão de Sindicância da Câmara descobriu que funcionários de agências de turismo que integravam o esquema tinham a senha de deputados e pediam a emissão das passagens aéreas diretamente à casa.
Veja como funciona o esquema clandestino: O passageiro compra e paga a passagem para a agência de turismo. A agência fica com o dinheiro, mas não emite o bilhete. Um funcionário da agência entra em contato com o gabinete de um deputado pedindo que a passagem seja emitida pela cota do parlamentar, em nome do comprador do bilhete. Desta forma, a Câmara dos Deputados paga a companhia aérea e o dinheiro que a agência recebeu do passageiro é dividido com o gabinete do parlamentar.
A comissão de sindicância constatou, nesta sexta-feira (24), que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o ministro Eros Grau foram vítimas do esquema ilegal de vendas de passagens. Em julho de 2008, o ministro Gilmar Mendes pagou suas passagens e as passagens de sua mulher para os Estados Unidos, os bilhetes foram emitidos na cota do deputado Paulo Roberto (PTB-RS). O deputado acusou um ex-funcionário de trocar o código de emissão da passagem pela Câmara para esconder a irregularidade.
O deputado Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), corregedor da Câmara, disse que todas as denúncias serão apuradas e caso a participação de algum parlamentar seja comprovada, será configurada a quebra de decoro e este deputado será punido conforme as leis do Conselho de Ética.

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