domingo, 4 de abril de 2010

Religiosidade ou imbecilidade?


Bom, não poderia deixar de comentar uma pérola ofensiva – pelo menos para mim – cometida por alguns jogadores do Santos. Os “nobres” atletas – Robinho, Neymar, Fábio Costa, Marquinhos, André, Ganso, Durval e Léo – se recusaram a participar de uma ação beneficente que entregou ovos de Páscoa a crianças e adolescentes com paralisia cerebral em Santos. Especula-se que a recusa tenha haver com a religião. A entidade é espírita. O espiritismo é a religião que mais presta assistencialismo, ou seja, que mais ajuda às pessoas independentemente da religião, raça, classe social e afins.
Antes tinha minhas dúvidas em relação ao espiritismo – mesmo tendo mãe espírita, hoje não praticante. Minhas dúvidas acabaram, completamente, quando conheci o Lar de Frei Luiz. Um centro espírita e filantrópico que me foi recomendado pelo ator Carlos Vereza.
Voltando a imbecilidade cometida pelos futebolistas. O técnico do Santos, Dorival Jr., negou que o motivo tenha sido religioso. Já o presidente do time, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, disse que havia alertado aos jogadores que eles viriam cenas fortes lá. Eu entendo a opinião do presidente, qualquer deficiência é desagradável de se ver. Se os jogadores saberiam o que iriam encontrar no Lar Espírita Mensageiros da Luz, porque foram até lá e ficaram dentro do ônibus do time na porta da instituição? E pior, segundo a “Folha de S. Paulo” – da sexta-feira (2) – quando chegou em seu carro particular, Ganso, foi chamado aos gritos pelos companheiros que estavam dentro do ônibus, entrou e lá ficou. Religiosidade ou não, à parte, a ofensa foi ter ido ao local e não ter entrado. Depois pediram desculpas.
Se desculpas valessem algo, Tiger Woods ainda estaria casado, Sandra Bullock não teria mandado seu marido sair de casa, enfim, o mundo seria mais feliz. Por outro lado, desculpas sinceras – ou pelo menos às que mostram ser – são muito bem vindas e respeitadas. David Letterman se expôs de maneira incrível, Dourado ganhou o “BBB 10”, Hillary perdoou e continua casada com Bill Clinton. Quer dizer, todo mundo tem o direito de se desculpar, porém não tem o mesmo direito de ser desculpado. Isso quem decide é você! Não o que pediu desculpas, mas o que foi ofendido. Eu, apesar de não ter uma religião específica, não aceito essas desculpas.
Quem me conhece ou acompanha este blog, sabe que às vezes escrevo sobre religião. Geralmente são críticas. E mesmo assim volto a explicar. Sou católico apostólico romano de criação (com direito à catequese e tudo mais). Hoje não praticante, por discordar dos dogmas impostos pela religião, prefiro concordar com os dogmas do catolicismo anglicano. Filho de mãe espírita, formado em colégio adventista – o melhor que já estudei, por sinal –, devoto de Nossa Senhora Aparecida, São Jorge, Santa Clara, São Miguel, São Francisco de Assis. Cultuo Shiva, Ganesh, Buda. Também sou adepto ao animismo e aos mantras do Hare Krishna. Enfim, respeito quase todas as religiões e suas vertentes. Acreditar em Deus é o mais importante. Ter fé é essencial. Contra fé não tenho nada. O meu problema é com a religião (religiões), que foi criada pelo homem, impõe coisas absurdas e geram o enriquecimento e os conflitos.
Se você, querido leitor, se sentiu ofendido com este artigo, peço sinceras desculpas. Qualquer coisa faça seu comentário, mande um e-mail, enfim, também se expresse. Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós. Né não?

Nenhum comentário: