quarta-feira, 20 de maio de 2009

Deputado do castelo se diz inocente

Foto: Arquivo

Nesta quarta-feira (20) o deputado Edmar Moreira (MG) pediu a exclusão dos deputados do DEM do julgamento de seu caso no Conselho de Ética. O deputado que foi expulso do partido alega que é perseguido pelo DEM que quer seu mandato.
“Venho apresentar este requerimento de suspeição dos membros do partido DEM integrantes deste conselho. Estes membros vêm utilizando artifícios cínicos e mentirosos”.
O pedido da suspensão dos deputados da sigla, os dois titulares e os três suplentes, não foi colocado em votação pelo presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), que afirma que a proposta vai contra o regimento.

Foto: Arquivo


Edmar, que ficou conhecido por ter um castelo de R$ 25 milhões, afirma que a perseguição começou depois de sua candidatura avulsa ao cargo de segundo vice-presidente e corregedor da Câmara dos Deputados. O deputado venceu o candidato oficial do DEM, Vic Pires Franco (PA), mas após as denúncias renunciou ao cargo.
Moreira é investigado por usar de forma irregular a verba indenizatória. O deputado apresentou notas de uma empresa de segurança, cujo é proprietário, para receber recursos referentes à verba no valor de R$ 140 mil. De acordo com a Corregedoria, não foram encontradas provas de que o serviço foi prestado.
Edmar afirmou que não havia regras para os gastos com verba indenizatória e disse ter provas de que o serviço foi prestado.
Sobre o castelo o deputado disse: “Foram 90 dias que diuturnamente eu e minha família temos sofrido, e não estou falando com o intuito de comover ninguém. É castelo de manhã, de tarde e de noite, de noite, de tarde e de manhã, e pela primeira vez eu estou tendo a oportunidade de me dirigir à Casa, à imprensa, com a minha versão. Hoje é o dia do contraditório”.
O depoimento de um técnico da Câmara responsável pelo reembolso aos deputados dos recursos da verba indenizatória está marcado para esta quinta-feira (21).
Edmar Moreira fez ataques, durante sua defesa, ao corregedor da Casa, deputado ACM Neto (DEM-BA), dizendo que tanto o corregedor quanto a deputada Solange Amaral (DEM-RJ) e o líder do partido, Ronaldo Caiado (DEM-GO), já o condenaram publicamente. “Que legitimidade possui este indivíduo para investigar a minha pessoa?”, questionou Moreira.
“Entendo qual foi a estratégia do deputado Edmar Moreira. Ele partiu para o ataque porque não tinha argumento para se defender, porque as denúncias são irrespondíveis”, disse ACM Neto que ocupou o lugar de Moreira na Corregedoria, e em março afirmou que a investigação seria feita em cima dos documentos apresentados.
A deputada Solange Amaral negou que havia feito qualquer julgamento antecipado quanto a conduta de Moreira. O líder do partido destacou que a Mesa Diretora respaldou o trabalho da corregedoria e negou que haja perseguição à Edmar.
“A Mesa acolheu a manifestação da corregedoria, que era muito adequada por sinal, sem fazer nenhum reparo. A Mesa emitiu um juízo de valor preliminar, até porque o juízo de valor definitivo é feito pelo plenário”, disse o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), que defendeu ACM Neto.
Na sessão desta quarta, Moreira não respondeu nenhuma pergunta e disse que não pretende comparecer mais ao Conselho. A sequência do depoimento do deputado foi marcada para a próxima terça-feira (26). A sessão de hoje foi suspensa devido a votações em plenário.

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