domingo, 10 de maio de 2009

Obesidade: Para alguns safadeza, para outros doença e para muitos tristeza


As pessoas que sofrem com a obesidade são vistas pela população em geral como pessoas sem vergonha, ou que afogam suas tristezas em comida. Pessoas que são desprezadas na escola, no trabalho, no transporte público, na rua e em quase todos os lugares. Muitos acham, a maioria, que a procedência desse mal está relacionada com a alimentação, cientistas descobriram que alguns micróbios podem levar ao excesso de peso.


As principais causas da obesidade com má alimentação e sedentarismo não são descartadas, alguns cientistas descobriram que pessoas que engordam demais, nem sempre comem muito, uma nova suposição vem sendo discutida. A obesidade pode ser ocasionada pela atuação de bactérias que se propagam no aparelho digestivo. Tal conceito passou a existir na década de 80, começou a se desenvolver e ganhar força em 2005. O primeiro departamento universitário dedicado ao estudo da relação entre vírus e obesidade foi desenvolvido no Pennington Biomedical Research Center na Louisiana - Estados Unidos, a pesquisa é coordenada por Nikhil Dhurandhar, que criou o terno “infectobesidade”. O pesquisador descobriu que o Ad-36, adenovírus 36, está envolvido com a obesidade.
Existem cerca de 100 tipos de adenovírus que geralmente afetam as via respiratórias, causando problemas passageiros, como febre e faringite, o corpo nem sempre pode eliminá-los. O Ad-36 contribui para o ganho e o acúmulo de peso porque aumenta o tamanho e a quantidade das células de gordura. O vírus também pode prejudicar a estrutura cerebral que controla o apetite.


Bactérias, fungos e protozoários se propagam no corpo humano desde o nascimento até a morte, essa colônia de micróbios é essencial para a saúde, produz vitaminas e enzimas que tornam a digestão possível e quebram o colesterol. Os micróbios também extraem as calorias dos alimentos e as estocam nas células de gordura. Dependendo da colônia que a pessoa carrega, ela pode engordar mais ou engordar menos.
Existem opositores em relação à hipótese do adenovírus com a obesidade. Para Stephen Bloon, do Imperial College de Londres, a única causa da obesidade é o excesso de comida e a falta de exercício físico. Ele alega que se alguém permanecer o dia todo comendo guloseimas em frente à TV vai engordar, e que toda nova teoria corre o risco de ser mal interpretada.
Além da nova hipótese do Ad-36, existem cinco explicações para a obesidade. A mais comum e clássica é a do balanço calórico, que é a diferença entre a necessidade calórica e a quantidade de calorias ingeridas, quem consome em excesso e não pratica atividade física engorda.
Genética – desde 1994, cientistas descobriram 50 genes. Alguns determinam o armazenamento de energia, outros dão sinais de saciedade.
Remédios – algumas medicações contribuem para o aumento de peso, remédios para hipertensão e diabetes, antidepressivos, anticoncepcionais e anticonvulsivos.
Insônia – quando as noites de insônia tornam-se crônicas, a obesidade aumenta já que a falta de sono profundo e reparador abre o apetite.



Obesidade infantil


Há muito tempo a sociedade mundial é narcisista, onde as modelos só são consideradas mulheres bonitas quando deixam a mostra suas costelas, para os mais gordinhos ou fofinhos o atual padrão de beleza é sinônimo de constrangimento.
O diagnóstico pode ser feito visualmente e nem requer exames clínicos. Na maioria das vezes tal diagnóstico é feito nas escolas ou nas festas de aniversário, seguindo os atuais padrões de beleza - já que o médico é a única pessoa que pesa e mede uma criança corretamente, portanto, só ele sabe diagnosticar se a criança sofre ou não de obesidade.


A ameaça à saúde pública não é a fome, o problema que custará bilhões de reais ao sistema de saúde do Brasil e implicará em diversos fatores de risco como diabetes, colesterol, problemas cardíacos, hipertensão, depressão e diminuição da expectativa de vida da próxima geração é a obesidade infantil. Um terço das crianças do país são obesos ou estão sobrepeso. Muitos pais levam seus filhos ao consultório médico quando já são gordos há bastante tempo e não conseguem mais conviver com as zombarias e o constrangimento da vida social, para a maioria deles é quase impossível detectar a obesidade em seus filhos. Os pais ainda acham que quando mais alto estiver o peso do seu filho, mais saúde a criança tem.
O problema de detectar a obesidade não é um problema só da família, muitos pediatras não estão preparados para a identificação desse mal nos pequenos pacientes. O método utilizado para descobrir se alguém está fora do peso ideal é o calculo do IMC, o Índice de Massa Corpórea, compara o peso em relação à altura. Para os adultos, possuir um IMC acima de 25 representa sobrepeso e 30 obesidade.
A Organização Mundial da Saúde divulgou os resultados da revisão da tabela de crescimento de bebês e crianças até os 5 anos. A tabela que datava dos anos 70 e era baseada em bebês americanos alimentados através do leite de vaca, com maior teor de gordura, em geral começavam cedo a ingerir outros alimentos além do leite materno. O resultado são bebês maiores, que se transformam em adultos gordos. Atualmente a receita para uma infância saudável é dar exclusivamente o leite materno ao bebê até os 6 meses de vida. As crianças que seguem essa dieta têm menor risco de obesidade e de sobrepeso, e os seus efeitos se prolongam até a adolescência.
Nos últimos 20 anos, a obesidade se espalhou pelo mundo. Uma pesquisa que comparou os índices da doença ao longo desses anos, em 60 países que representam mais da metade da população mundial, mostrou que o problema explodiu em 58 deles. Nos Estados Unidos, há 238 mil bebês com problemas no tamanho, são grandes demais. Mesmo a situação sendo pior nos Estados Unidos, onde o problema é antigo, o Brasil é um dos países em que o problema se torna um perigo em ritmo acelerado, segundo o endocrinologista e presidente da Sociedade Latino-Americana de Associações de Obesidade, Walmir Coutinho, no Brasil o aumento da obesidade infantil foi de 239% em 20 anos, no mesmo período nos Estados Unidos, foi de 60%.


Hoje a diversão das crianças são os computadores, videogames e DVDs. Os pequenos fofinhos passam mais tempo sentados e beliscando um lanchinho. O tempo cada vez maior dentro dos automóveis também contribui para a obesidade, é recomendado uma hora de atividade física por dia, passando a maior parte do tempo dentro de carros as crianças só caminham em direção a cozinha para fazer uma boquinha. No Rio de Janeiro só 3,6% dos meninos e 0,3% das meninas fazem atividades físicas intensas e 60% dos meninos e 78% das meninas não fazem nenhum tipo de brincadeira que envolva exercícios físicos.
Os adultos classes média e alta se tornam mais magros, já os pobres mais gordos, isso acontece devido ao custo das comidas gordurosas que são mais baratas. Entre as crianças, o perfil da obesidade é diferente, pesquisas mostram que ela é muito maior entre as classes A e B que entre os pobres. A obesidade é maior entre os alunos de escolas particulares, nelas os meninos já registram 40% de excesso de peso.
O consumo de bolachas e refrigerantes pelas crianças aumentou cinco vezes que nos anos 70, o consumo brasileiro de refrigerante é de 66 litros ao ano por pessoa, ou pouco a mais de 6 quilos de açúcar por indivíduo. O consumo de comida pronta e congelada também aumentou.


Além da auto-estima, o rendimento escolar também é prejudicado por conta da gordura. A obesidade costuma fazer a criança dormir mal e acordar várias vezes durante a noite, devido à apnéia do sono, que da a sensação de sufocamento.
O tratamento é caro, difícil e exige a participação da família. O sucesso no tratamento da obesidade infantil é baixo e não chega a 30% dos casos. É necessário um acompanhamento médico endocrinologista mensal, um nutricional quinzenalmente, uma visita ao psicólogo toda semana, além da prática de exercícios físicos três vezes por semana. Os resultados do tratamento são percebidos pelo no mínimo depois de seis meses.
Em 80% das crianças obesas, já se registra algum tipo de alteração na produção da insulina ou nas taxas de colesterol e de triglicérides. Quase 20% apresentam gordura no fígado, podendo acarretar uma cirrose.
Muitos adolescentes recorrem à cirurgia para a redução de estômago, que como todas as cirurgias é um procedimento arriscado, o risco de morte é de 0,5% e é criticado por diversos especialistas. Através da cirurgia o estômago é cortado ou grampeado para reduzi-lo ao tamanho de uma xícara de café. A redução do estômago é uma medida desesperada para controlar uma situação assustadora. Quem chega aos 20 anos com obesidade mórbida tem uma expectativa de vida 20 anos a menos do que o resto da população. A cirurgia esta sendo oferecida pelo sistema público de saúde para adolescentes a partir de 16 anos. “Ela não é uma opção entre outras, é um recurso a ser usado somente quando as pessoas estão muito doentes”, diz o cirurgião Arthur Garrido Júnior da Faculdade de Medicina da USP.

Controlando o colesterol

Um dos grandes dilemas de quem sofre com o colesterol é manter uma alimentação equilibrada regada a frutas, legumes e verduras, eliminando as deliciosas massas, doces e os irresistíveis chocolates. Tais alimentos aumentam o LDL (mau colesterol), essas partículas são as responsáveis por entupir os vasos sanguíneos, podendo causar o derrame e o infarto.


As pesquisadoras do Departamento de Nutrição da USP, Márcia Nacif e Edeli Simione, criaram uma dieta que promete diminuir o sofrimento dos que não podem comer gordura. A dieta libera o consumo, logicamente que moderado, dos doces que eram considerados venenosos. Através da tabela, cada alimento recebe uma quantidade de pontos que deve ser alcançada sendo estabelecido um limite de pontuação a ser atingido diariamente.
Os alimentos receberam alguns pontos de acordo com a quantidade de colesterol e de gordura saturada, quanto maior for o número desses nutrientes, maior é a pontuação. Foi estabelecido um limite de pontos levando em consideração a idade e o sexo. Os homens com a idade até 55 anos, podem consumir o equivalente a 30 pontos diários, já as mulheres com a mesma idade, podem consumir menos cinco pontos, conforme maior idade a pessoa tiver ela tem que consumir menos. Na tabela, há várias opções de pontuação, quem escolher um alimento com um baixo número de pontos pode atingir a pontuação limite consumindo outros alimentos, e quem escolher os alimentos com maior pontuação terá que se contentar com dois ou três alimentos. Cada um pode elaborar o seu menu, só basta ficar atento à pontuação.
A tabela de alimentos e o regime estão publicados no livro “Sistema de Pontos para Controle de colesterol e gordura no sangue” da Editora Metha.



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